O mesmo acontece no “Citizen News”, uma publicação que reúne diversos jornalistas independentes com vários anos de experiência, incluindo alguns dos ex-colaboradores do “Apple Daily”.


Perante as restrições aos “media” privados, este jornal tem-se dedicado à publicação de notícias diárias, como forma de manter os cidadãos a par dos acontecimentos, e mantê-los alerta sobre as acções governamentais.


O jornal está, assim, a tentar mitigar o desaparecimento do “Apple Daily”. 


Existe, ainda, um terceiro jornal independente a funcionar naquela região. Chama-se “HK Feature”, conta apenas com três colaboradores em “full-time” e com 600 subscritores digitais.


Ainda assim, graças ao apoio de jornalistas cidadãos, esta pequena publicação tem conseguido alargar o seu espectro de cobertura mediática.


Kathy Wong é uma das três repórteres a tempo inteiro da “HK Feature”. Com apenas dois anos de percurso profissional, esta jovem teme não ter futuro no sector dos “media”, já que tem de conjugar o jornalismo com outras actividades, para garantir o seu sustento.


"Precisamos de redefinir o jornalismo. Como posso ter a minha própria profissão que me permita continuar a reportar e não ficar fora de contacto com a sociedade? Ainda estou à procura de um caminho que me permita ir mais longe", disse.


Já o editor-executivo daquele jornal, Kwan Chun-hoi, considerou que “os dias sombrios” são, apenas, uma situação temporária. “Os regimes surgem e desaparecem”, disse, dando o exemplo da Coreia do Sul e do Taiwan, cuja imprensa sobreviveu aos períodos de autoritarismo.


“Tudo tem bons e maus dias”, concluiu.


Leia o artigo original em “CJR”