Aparentemente, a crise trazida pela Internet ao jornal impresso devia ter alastrado também à televisão. “O auge de plataformas como a Netflix aponta nessa direcção, obrigando as cadeias tradicionais a reinventarem-se para sobreviver, embora a sua situação seja, de longe, bastante positiva (por enquanto).” 

A audiência média das estações de televisão pode ter caído nos últimos anos, mas “quase todo esse consumo foi transferido para outras plataformas”  - e é por aí que as estações locais mantêm a liderança dos seus mercados, graças aos websites

O estudo da Knight Foundation, intitulado Local TV News and the New Media Landscape, analisou a dimensão da audiência para as notícias locais em todas as estações de televisão norte-americanas deste tipo, entre 2004 e 2016. 

“Encontrou uma queda de 12,4% no rating da Costa Leste e de 9,8% no da Costa Oeste. O número de espectadores maiores de 18 anos teve uma baixa de 8,9% na Costa Leste e de 4,3% na Costa Oeste.” 

“Apesar disso, o visionamento de notícias aumentou entre 2015 e 2017, segundo um relatório da Nielsen. Mas isso aconteceu na Web. E é aí que radica a posição das televisões: dos 22 mercados analisados, que excluíam as cidades de Nova Iorque e Washington, os sites dos jornais estavam à frente em 14 deles, enquanto a televisão ganhava nos oito restantes. Delimitando o mercado, para o fazer mais local, dos 37 mercados analisados, a televisão estava à frente em 23, os jornais em 13 e a rádio num.” (...) 

“Uma das explicações dos autores do estudo tem a ver com a Internet e as redes sociais como intermediários. As estações locais de televisão dependem em grande medida do Facebook para chegar pela Internet aos seus espectadores, e isso faz com que os seus sites tenham mais tráfego.” (...) 

“A vantagem das televisões sobre os jornais, quando se trata de produzir e partilhar vídeos, é evidente. E as televisões já perderam o medo de partilhar vídeos originais dos seus canais pelas redes sociais, pois até há pouco tempo temiam ‘canibalizar’ a sua própria audiência. Uma prova de que já não existem canais (sérios) que não partilhem os seus conteúdos pelo YouTube, mesmo que sejam provenientes de canais pagos.” (...)

 

O artigo citado, ne Media-tics, e a síntese da Knight Foundation, que contém o link para o acesso ao estudo, em PDF