Jornais australianos “censuram” primeiras páginas como protesto contra leis restritivas do Governo
Os media australianos uniram-se contra as leis que penalizam a divulgação de documentos secretos, considerando que se trata de um retrocesso da liberdade de expressão no país.
Como forma de protesto, os principais jornais, como o The Australian, The Sydney Morning Herald ou The Australian Financial Review, “censuraram” as suas próprias publicações.
Assim, todas as manchetes surgiram cobertas com tinta preta, tornando o seu conteúdo ilegível. No fundo da página apenas se lê: "Quando o Governo vos esconde a verdade, o que é que está a ocultar?”.
Estas acções surgem, também, aliadas a uma campanha de televisão, promovida pela coligação “Right to Know” – composta por um grupo de órgãos de comunicação social, jornalistas e editores –, durante a qual é transmitida a mesma pergunta.
A campanha surge depois de, recentemente, a polícia ter realizado buscas na sede da ABC, em Sidney, e na casa de uma jornalista da News Corp, em Camberra.
Desde 2001, o Parlamento australiano aprovou 75 leis que limitam o direito do público de saber, a pretexto de fortalecer a segurança nacional, e que preveem penas de prisão para jornalistas ou informadores que revelem documentos secretos.
Outubro 19
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e sua afiliada australiana, a Media Entertainment & Arts Alliance (MEAA) apoiam a campanha.
Paul Murphy, da MEAA, declarou que "a cultura do secretismo, que tem sido aplicada através destas disposições legais, restringe o direito de saber e vai muito além da intenção original da segurança nacional".
Os media australianos alertam para o declínio dos padrões de liberdade de imprensa no país e requerem o direito de contestar mandados contra jornalistas e mais protecção para os profissionais.
A IFJ declarou que "os contínuos ataques ao jornalismo de interesse público na Austrália têm sido evidenciados através das emendas legais contínuas e determinadas que, em última análise, corroem os próprios fundamentos da democracia. Combinado com isso, tem havido ataques flagrantes a jornalistas (...)”.
A IFJ e os seus afiliados afirmaram em comunicado que condenam veementemente esta criminalização do jornalismo de interesse público.
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