Isenção e exactidão devem integrar o paradigma noticioso
Os especialistas em “media” têm vindo a debater a linha editorial no “New York Times”, numa altura em que o jornal norte-americano tem tentado reforçar os seus níveis de isenção e de objectividade, considerou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme apontou Castilho, a polémica tem sido motivada pelo espaço que o “NYT” tem atribuído ao ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, com o objectivo de tratar o partido democrático e o partido republicano em pé de igualdade.
Para alguns profissionais dos “media”, isto parece corresponder aos valores de isenção exigidos no jornalismo. Contudo, outros colaboradores defendem que as publicações jornalísticas não deveriam partilhar “ideais antidemocráticos”.
Já Castilho acredita que equiparar os dois partidos afecta outro dos dogmas jornalísticos: a exactidão.
Ou seja, para o autor, os “media” devem estar atentos ao escalar das forças antidemocráticas, e trabalhar para que os consumidores de notícias não acreditem em afirmações falsas. Isto significa, continuou Castilho, que os jornais não podem ser isentos quando estão em causa “fake news”, que podem prejudicar a vida dos cidadãos.
Além disso, o articulista considera importantes distinguir “isenção” e “exactidão”. Isto porque a “isenção” depende da circunstância ou da interpretação de cada um, enquanto a “exactidão” é factual, não podendo ser adaptada às conjecturas.
Abril 22
Por isso mesmo, continua o autor, o “New York Times” deverá escolher em qual dos valores se quer focar: a fidelidade factual ou a isenção política.
No entanto, esta não é uma decisão fácil, visto que os jornalistas estão a enfrentar rápidas mudanças, e são influenciados por uma grande variedade de factores exteriores.
Ainda assim, concluiu Castilho, os “media” terão que decidir-se entre o "princípio democrático na produção de notícias”, ou o “envolvimento na ilusão de que é possível ser-se isento numa conjuntura polarizada”.
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