Investigação do “NYT” denuncia “mercado” de artigos de imprensa
A imprensa local tem vindo a atravessar um período de crise, já que o modelo tradicional de negócio, assente em receitas publicitárias e de circulação, se tornou obsoleto.
De acordo com o “New York Times”, algumas redacções, nos Estados Unidos, decidiram, assim, passar a obter fundos através da propaganda. Ou seja, estes jornais escrevem peças a pedido de clientes, em troca de uma “recompensa pecuniária”.
Em declarações ao “NYT”, Angela Wonderwood, uma jornalista “freelancer”, revelou que foi incumbida de redigir um artigo para o jornal local “Maine Business Daily”, com instruções claras para acusar a democrata, Sara Gideon, de hipocrisia.
A jornalista veio, mais tarde, a descobrir que o artigo tinha sido encomendado pelo partido Republicano.
O “Maine Business Daily” integra, assim, uma rede de 1300 jornais “online”, que estão a obter receitas através de ligações com figuras políticas, tanto do partido Democrata como do Republicano, profissionais de relações públicas e “think tanks” conservadores.
Segundo indica uma investigação do “NYT”, estes jornais assemelham-se a publicações comuns, com artigos sobre política, acontecimentos locais e alguns incidentes nacionais.
Outubro 20
Contudo, as operações são controladas por centrais políticas, que encomendam peças, cujos temas vão ao encontro dos seus interesses.
Alguns dos artigos mais populares desta rede, comandada pelo apresentador de televisão Brian Timpone, são partilhados milhares de vezes nas redes sociais.
O “NYT” entrevistou alguns dos antigos colaboradores da rede de publicações, que revelaram terem-se demitido, depois de apurarem a missão dos jornais.
Por outro lado, outros profissionais argumentam que a linha editorial que seguem é semelhante à daquele jornal nova-iorquino, que “só escreve sobre Donald Trump”.
O “NYT” foi, entretanto, intimado pelos advogados de Timpone, que pediram que o artigo fosse retirado.
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