O que interessa ao autor, especializado no jornalismo digital, é apontar as consequências desse desenvolvimento tecnológico sobre a própria natureza da televisão. Por exemplo, sobre a passagem do modelo analógico ao digital (TDT), sublinha que ela pouca repercussão teve junto de si por total “falta de interesse em ver conteúdos enlatados, repetidos ou directamente irrelevantes”.  

Define essa tecnologia como “um caminho médio entre a limitação do sistema tradicional e a infinidade da Rede”, sustentado ainda por algum “romantismo oculto”, mas opina:  

“Com a televisão estamos avisados: nada será como agora. Mas pode ser que já seja demasiado tarde quando dermos conta disso. De facto, talvez já seja demasiado tarde. E alguns já se deram conta disso.”  

A sua conclusão é que a “sobrevivência económica da actual televisão está vinculada a um modelo obsoleto”, embora ainda seja menos mau do que ver a TV em directo:  

“Há quase uma década que não vejo televisão pela antena que está no terraço da minha casa, porque encontrei na Web os meus canais favoritos (ou na app) os conteúdos que quero ver, e posso vê-los onde quiser e quando quiser. Por mim, podiam deitar abaixo a antena que há no meu prédio. Mas eu prefiro deixá-la para os pássaros lá pousarem.”  


O texto na íntegra, em Media-tics