Inquérito revela declínio da confiança dos americanos nos Media
Comparando com a situação de há 40 anos - os dados da empresa de pesquisa Gallup, cuja pergunta referia simplesmente “os meios de comunicação de massa, como os jornais, a televisão e a rádio”, indicam que 72% dos inquiridos manifestavam confiança nos media em 1976, depois do Watergate. Mas isso foi num tempo em que os media eram, basicamente, o jornal local e os grandes apresentadores de televisão, como Walter Cronkite. Hoje é muito diferente, e “o declínio de confiança é uma reacção natural a isso, mesmo num ambiente menos polarizado do que o nosso”.
A investigação da Simmons, aqui citada, incidiu sobre 2.009 cidadãos. Joshua Benton começa pelo fim, pelos últimos seis lugares da classificação: os sites da Breitbart, DailyKos, Palmer Report, Occupy Democrats, InfoWars e, por fim, Daily Caller, “são todos explicitamente partidários, sem uma marca anterior à Internet onde se apoiarem (três liberais, três conservadores)”.
Embora reconheça que há diferenças entre eles, destacando-se pelas teorias de conspiração o InfoWars, o autor comenta que “o americano médio parece arrumá-los a todos como indignos de confiança”.
“No primeiro lugar fica The Wall Street Journal, cuja combinação de páginas noticiosas respeitadas e páginas de opinião conservadoras parece ser a fórmula mágica para gerar confiança em todo o espectro ideológico.”
Vêm a seguir as grandes cadeias noticiosas, incluindo a BBC, depois os jornais de expansão nacional, incluindo o britânico The Guardian, depois os serviços online. Joshua Benton admite que teve surpresas:
“A classificação tão elevada da Forbes e The Washington Times, comparando com as tão baixas de Mother Jones e da Slate.” (...)
A Fox News aparece a meio, atrás de todas as outras empresas de cabo e redes noticiosas, mas ainda com 44,7% afirmando confiança nela. Curiosamente, está exactamente no mesmo nível da revista The Economist.
O texto refere-se, por fim, aos 13% que não confiam em nenhum dos meios citados, e que a Simmons denomina “os que duvidam” (The Doubters).
“Este grupo de ‘info-niilistas’ é menos inclinado a votar do que a média dos americanos, mas a Simmons calcula, no entanto, que eles são seis milhões, entre os 129 milhões que foram às urnas em 2016. E é mais provável que tenham apoiado Trump (62,2%) do que Hilary Clinton (27,8%).”
O artigo citado, na íntegra, em NiemanLab