Inquérito da Advance World Press Trends revela pessimismo dos editores
Os resultados do inquérito global aos editores, da World Press Trends, confirmam que os meios de comunicação já se estão a preparar para enfrentar uma situação complicada.
Com uma inflação desenfreada, uma provável recessão no horizonte, e o impacto da guerra na Ucrânia, o sentimento a curto prazo na indústria editorial é de grande preocupação.
Mais de metade, cerca 55 por cento dos editores salientam que estão pessimistas quanto às suas perspectivas de negócio para o próximo ano. Quando questionados sobre os próximos três anos, o nível de optimismo aumenta, mas apenas ligeiramente.
É uma grande mudança em relação ao ano passado, quando mais de 80 por cento disseram estar optimistas sobre os próximos 12 meses.
"Não é segredo que nos próximos 12 meses a maioria das indústrias espera tempos difíceis, e a indústria noticiosa não é certamente excepção. O aumento dos custos energéticos, por exemplo, continuará a ter impacto nos custos de impressão e distribuição", disse Dean Roper, Director da Insights e Editor-Chefe da WAN-IFRA.
"O nosso mais recente estudo mostra que estas são preocupações para os editores de todo o mundo, mas vemos também que alguns estão bastante optimistas sobre o futuro, porquanto certamente transformaram e desenvolveram os seus negócios, em função dos dados disponíveis sobre as novas realidades”.
No entanto, há um grupo de editores que se mantém bastante optimista. Para esta minoria, os desafios actuais não minaram a sua fé no futuro, a longo prazo, das suas empresas.
Outras conclusões preliminares do inquérito World Press Trends são:
· Os investimentos em novos modelos de negócio começam a dar frutos: as receitas dos leitores digitais e da publicidade digital continuam a crescer na ordem dos dois dígitos: 16 por cento e 10,3 por cento respectivamente. Mas os proventos de outras fontes tornaram-se agora na área de crescimento mais rápida e atingem os 21,5 por cento. Entre os novos fluxos de receita, as editoras destacam os eventos como uma actividade particularmente importante.
· Espera-se um crescimento acelarado das receitas em 2022: Comparativamente com 2021, os editores estão mais optimistas uma vez que o seu crescimento deverá mais do que duplicar este ano (+7,3 por cento no ano passado, contra +16,4 por cento em 2022). Este crescimento é essencialmente impulsionado pelos editores dos países em desenvolvimento, que, em média, apresentaram maiores expectativas de crescimento em 2022, com mais de 24 por cento do que as suas congéneres nos países desenvolvidos.
Outubro 22
· Os fluxos tradicionais de receitas continuam a ser cruciais: Enquanto as receitas de impressão diminuem (publicidade impressa) ou estagnam (receitas de leitores do formato em papel), no panorama geral, o suporte impresso continua a ser um fluxo central de receitas para um grande grupo de editores em todo o mundo.
Neste momento, mais de metade das receitas dos editores, cerca de 55 por cento, provém de actividades de impressão, de acordo com os resultados do inquérito. Nos próximos 12 meses, as editoras disseram que a maior parte das suas receitas provém da publicidade (40,9 por cento), seguida das receitas dos leitores (32,8 por cento) e de outras fontes (23,9 por cento).
· Desafios passados e actuais ajudaram a fixar áreas-chave do investimento: À medida que as editoras aprenderam a inovar e a adaptar-se ao longo dos últimos dois anos, algumas áreas de investimento estão a ganhar força.
Quanto aos investimentos em tecnologias e produtos, a análise de dados é a principal área em que as editoras continuam a investir, enquanto a publicação de vídeo e áudio também está a registar investimentos significativos.
"Está a tornar-se cada vez mais claro que talvez a base mais crucial para um negócio sustentável seja a relação que os editores constroem com o seu público”. No cerne disso está uma estratégia de dados abrangente, especialmente dados proprietários.
O inquérito envolveu 167 executivos de 62 países diferentes, de Julho a Setembro de 2022. O relatório completo da World Press Trends será publicado até ao final do ano.
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