O trabalho assenta num total de 478 entrevistas, umas realizadas online e de carácter anónimo, para as quais foram convidados “profissionais e estudantes relacionados com a comunicação, o jornalismo, a política, profissões liberais, tecnologias, comércio e empresas”;  outras são entrevistas pessoais com “profissionais de prestígio reconhecido que deram a sua opinião sobre três questões relacionadas com as notícias falsas, a responsabilidade da respectiva difusão e os seus efeitos”. Estas têm como protagonistas “jornalistas de vários tipos de media e pessoas conhecidas pela sua dedicação à política, à mediação sociológica, à reputação ou à comunicação corporativa”. 

Na apresentação do estudo, o Secretário de Estado da Comunicação, Miguel Ángel Oliver, afirmou que o fenómeno não é novo, mas o problema hoje é o da sua multiplicação. 

“Há muitas falsidades”  - disse -  “mas o que há por cima de tudo é uma percepção legítima de cada um ter a sua verdade ou a sua percepção da verdade.” (...) 

“Há factos que fisicamente poderiam ser rigorosamente verdadeiros, mas nós não nos dedicamos sobretudo aos factos”  - afirmou, dirigindo-se aos jornalistas -  mas sim “à descrição e interpretação dos factos” e, a partir do momento em que descrevemos ou interpretamos os factos, “de alguma forma os adulteramos”  - concluiu. 

“Oliver advertiu que nos encontramos perante um fenómeno perverso de que todos participamos. Fazendo uma auto-crítica, o Secretário de Estado da Comunicação sublinhou que, por vezes, a Imprensa alimenta este fenómeno divulgando informações com uma percepção muito parcial ou disforme da realidade.” 

No entanto, concluiu que, tratando-se embora de um debate necessário, “haverá sempre notícias falsas e verdadeiras, ou sempre as haverá legitimamente honestas, que é aquilo a que podemos aspirar num jornalismo honrado”.

 

A notícia aqui citada, na íntegra, na APM,  e o estudo referido, em PDF