A questão é posta nestes termos pelo jornalista Miguel Ormaetxea, editor de Media-tics, onde assina um texto que dá que pensar, e o primeiro exemplo que põe na mesa é o de BuzzFeed, “um dos websites informativos com mais audiência no mundo”, cuja ascenção fulgurante foi detida em 2016.  

“O seu modelo gratuito, assente em audiências maciças, entrou em crise”, e teve de começar a fazer cortes. Donald Trump chama-lhe “um monte de lixo”. 

Outros meios digitais enfrentam dificuldades semelhantes, agravadas pelos “bloquadores de publicidade”. Pelo seu lado, Facebook e Google levam “não só a parte de leão mas também a da hiena”, no bolo da publicidade digital. Está provado que a corrida aos milhões de visitas acaba num fracasso económico, “porque as receitas publicitárias não seguiram a mesma tendência, devido à natureza quase ilimitada da oferta informativa”. 

Assim, The New York Times já preveniu que a sua estratégia vai no sentido das assinaturas pagas. “Não se trata de maximizar os clics e de vender publicidade a preços baixos.”  E o diário britânico The Guardian está num movimento parecido, inclusivamente pedindo contribuições voluntárias, perante a queda das receitas da publicidade. 

“Como enfrentar as mentiras, quando provêm do homem mais poderoso do mundo?” – pergunta o seu correspondente em Washington, Robert Moore. “Se o secretário de Imprensa da Casa Branca diz coisas que sabemos que podem ser provadas como falsas, como vamos confiar nele quando falar da Coreia do Norte, da Rússia, do Irão ou da guerra contra o Estado Islâmico?”

 

 

O texto original, na íntegra, em Media-tics