O texto que citamos acrescenta que o facto de o volume de circulação impressa paga estar a diminuir de forma menos acentuada neste sector pode ser indicativo de que os residentes se mostram ainda bastante interessados, não só nos conteúdos informativos regionais mais comuns em publicações deste tipo, “mas também no próprio formato tradicional impresso”. (...) 

No mesmo sentido, também é importante perceber se as formas tradicionais de receita publicitária evoluem de modo semelhante ao da Imprensa escrita de âmbito nacional, “ou se esta é mais uma singularidade de um segmento ainda pouco explorado”. 

Esta intuição de pesquisa é desenvolvida no sumário executivo do estudo, onde se observa uma “transição mais lenta da Imprensa regional para os formatos online” e o seu impacto “muito significativo no sector da Imprensa escrita”:

“Em termos de vendas, agregando todos os jornais regionais, os valores obtidos são superiores àqueles obtidos para diferentes jornais desportivos.” (...) 

“Os consumidores tendem a privilegiar a consulta de jornais regionais no formato impresso e a consulta de jornais de âmbito nacional no formato online. Este é também o entendimento da maioria dos profissionais do sector da Imprensa regional, que consideram igualmente que há mais jornais regionais a actuar exclusivamente no formato tradicional impresso do que jornais regionais a actuar exclusivamente no formato digital.” (...) 

Curiosamente, no capítulo sobre os desafios da Imprensa regional é revelado que “a Internet e as redes sociais são descritas pelos profissionais inquiridos como as duas fontes principais para acesso a informação; este cenário poderá estar relacionado com a própria essência da notícia de carácter regional, que muitas vezes é preterida nos jornais de alcance nacional, em detrimento de outras matérias com mais alcance”. (...) 

“Cerca de 25% dos inquiridos declaram que a maioria dos jornais serão gratuitos no futuro com receita exclusivamente baseada em publicidade, contra os cerca de 30% que interpretam de forma contrária. Para 40,1% dos inquiridos que trabalham em publicações no formato digital ou digital+papel, os softwares de bloqueio de publicidade irão afectar o futuro do jornal digital para o qual trabalham da mesma forma que afectam a Imprensa nacional.” 

“De entre os inquiridos, 45% mostram-se optimistas relativamente ao jornal regional para o qual trabalham.” (...) 

Além de um elevado número de gráficos que ilustram em pormenor a posição assumida pelos inquiridos nas matérias referidas, o relatório termina com um capítulo bem documentado sobre as Políticas Públicas no sector da Imprensa Regional.

Trata-se aqui sobretudo do caso português, com referência concreta à legislação mais recente e suas motivações, mas expondo por comparação os procedimentos seguidos noutros países europeus, com destaque para o Reino Unido, a Suécia e a França, bem como nos Estados Unidos.


A apresentação do estudo, no OberCom, e o Relatório sobre a Imprensa regional, em PDF