Há uma nova atitude mediática perante as mudanças de clima
Na última década, os “media” têm criado secções especiais dedicadas ao ambiente, como forma de informar a população sobre as alterações climáticas e sobre os efeitos das indústrias poluentes, recordou o jornalista ambiental Manuel Planelles, num artigo publicado nos “Cuadernos de Periodistas”, editados pela APM, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Segundo indicou aquele especialista, a imprensa tem vindo, igualmente, a recusar discursos negacionistas, que rejeitam as mudanças ambientais, e que defendem os interesses económicos de empresas multinacionais.
Ao mesmo tempo, os “patrões” dos “media” tornaram-se "mais receptivos" a estas questões. “Há mais sensibilidade social", concordou Luisa Pérez, jornalista da RNE , que cobriu, em 2018, a cimeira do clima na Polónia.
Porém, segundo argumentou Planelles, o principal impulsionador dos “media” ambientais foi o movimento de Greta Thunberg -- a jovem sueca que ficou conhecida por se manifestar junto do parlamento.
Segundo recordou o autor, Thunberg contribuiu para a alteração da linha editorial em artigos sobre o clima. A título de exemplo, o jornal britânico “The Guardian”, uma referência em informação ambiental, alterou as suas regras de estilo e recomendou a utilização de duas novas terminologias “crise climática” e “emergência climática”.A partir desse momento, a informação multiplicou-se, frequentemente apresentada com rigor, embora em alguns casos tenha, também, resvalado para um activismo que pouco tem a ver com jornalismo.
Outubro 20
A nível mundial, a cobertura do aquecimento global registou, em 2019, um crescimento de 73%, em relação ao ano anterior, de acordo com uma análise do Observatório dos ‘media’ das Alterações Climáticas da Universidade do Colorado.
No entanto, o crescimento não foi, apenas, quantitativo. Como explica Fernández Reyes, responsável pela monitorização dos “media” espanhóis, a informação sobre o ambiente passou a ser mais relevante, ao ocupar as áreas mais proeminentes dos jornais (primeiras páginas e editoriais) e os primeiros minutos de boletins informativos.
A informação sobre as alterações climáticas tornou-se, ainda, transversal nos “media”, ao ser abordada em boletins meteorológicos e em “talk shows”.
De um modo geral, a informação sobre o ambiente tem sido bem recebida pelos cidadãos, que consideram este tipo de conteúdos como um bom recurso educativo.
Apesar de tudo isto, "ainda existe uma desproporção entre o grau de emergência do problema e a sua presença nos meios de comunicação", defendeu José María Montero, um jornalista do Canal Sur Televisión especializado em ambiente e ciência.
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