O Regulamento Geral de Protecção de Dados vai entrar em vigor a 25 de Maio e protegerá qualquer utente dos 28 Estados membros da União Europeia. “Isto quer dizer que também vai afectar as empresas com as quais interajam estas pessoas, mesmo que operem noutros países.” 

Como sublinha o artigo que citamos, “nas últimas semanas a Internet foi inundada por anúncios em que os utentes são informados das mudanças na política de privacidade dos dados”. 

O Nieman Journalism Lab analisa, num trabalho muito recente, o que significa para a Imprensa este Regulamento. O terceiro parágrafo da introdução explica que o seu terreno de aplicação é o espaço dos 28 Estados membros da UE, mais três países [não membros] que pertencem ao Mercado Único Europeu. Mas adverte que “está também redigido para abranger utentes europeus de empresas não localizadas na Europa (portanto, sim, isto tem a ver consigo, se é um website baseado nos Estados Unidos com alguma audiência que lhe chegue vinda da Europa)”. (...) 

Como prossegue Media-tics, “apesar de o RGPD solicitar às empresas que divulguem explicações simples aos seus utentes, sobre o uso que vão dar aos seus dados pessoais, os responsáveis pela maioria delas não conseguem entender, na prática, o que significará a aplicação destas novas normas”. 

“As empresas de jornalismo estão a trabalhar a contra-relógio, por maioria de razão quando um estudo do Reuters Institute revela que ainda há 36% de editores que consideram que o seu jornal [ou outro meio] não está em condições de cumprir o regulamento europeu (incluindo 4% que nem sabiam o que era o RGPD).” (...) 

“Os responsáveis por The New York Times ou The Guardian não quiseram revelar que medidas adoptaram para se adaptarem ao novo ecossistema, e do Wall Street Journal garantem que estão a ultimar os pormenores.” (...) 

“Para evitar sustos futuros, a editora sueca Schibsted Media Group está a fazer ‘um grande esforço interno’, nas palavras do director de Privacidade, Ingvild Naess. (...) Decidiram que não vão encarregar os advogados da redacção de complicadas e demasiado extensas políticas de privacidade; com o fim de simplificar a comunicação com os leitores, a empresa está a experimentar nos seus sites uma figura de animação que explica aos utentes, de modo claro, como são usados os seus dados”. (...) 

“Segundo Naess, no futuro os utentes poderão comprovar que dados pessoais recolheu a empresa e solicitar a eliminação daqueles que considere que não deseja ver guardados.” (...) 

“Oliver von Wersch, administrador de uma consultora de meios digitais, garante que os meios de comunicação vão ter de se rodear de advogados, além de peritos em segurança de dados e tecnologias de informação, para se porem em dia nesta matéria.” (...) 

 

O artigo citado, na íntegra, em Media-tics, e o estudo feito por NiemanLab