Guerra informativa acentua especulação e pode prejudicar a Ucrânia
Com a invasão da Ucrânia, os Estados Unidos desencadearam uma ofensiva informativa em relação à Rússia, divulgando dados de apoio aos militares ucranianos, e procurando descredibilizar a desinformação disseminada pelo Kremlin, considerou Jon Allsop num artigo partilhado na “Columbia Journalism Review”.
Contudo, nas últimas semanas, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tem desencorajado a partilha de documentos entre a Inteligência Militar e a imprensa, uma vez que isso pode resultar num envolvimento directo dos Estados Unidos na guerra russo-ucraniana.
Aliás, o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, afirmou, em entrevista para a CNN, que “este tipo de histórias é prejudicial para a defesa da Ucrânia”.
Assim, esta nova conduta difere das linhas adoptadas nos dias que precederam o conflito, quando a administração norte-americana parecia estar disposta a revelar toda a informação necessária para desmentir a narrativa de Vladimir Putin.
Agora, por outro lado, a guerra da informação passou a estar envolta em secretismo, o que irá dificultar o trabalho jornalístico, e a compreensão pública do verdadeiro panorama bélico.
Putin, por sua vez, parece entender que a imprensa norte-americana está a viver de especulação, utilizando este cenário em seu benefício, e descredibilizando o trabalho desenvolvido por jornalistas.
Maio 22
A título de exemplo, e ao contrário do que os “media” previam, no feriado nacional de 9 de Maio, Vladimir Putin não utilizou o seu discurso para mobilizar os cidadãos russos, mas para inverter as expectativas e “lamentar a falta de colaboração dos países da NATO”.
Assim, perante o secretismo dos Estados Unidos, e a imprevisibilidade do Kremlin, a imprensa começa, agora, a adoptar técnicas de “adivinhação”, pouco recomendáveis para aqueles que querem praticar jornalismo fidedigno, manter os cidadãos informados, e recuperar os níveis de confiança nos “media”.
Por isso mesmo, Allsop pede aos jornalistas que mantenham uma conduta de humildade – admitindo quaisquer erros – e de vigilância – permanecendo atentos a quaisquer alterações do estado da guerra.
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