A repressão dos jornalistas opositores à linha mais recentemente seguida pelo Presidente Tayyip Erdogan já vinha de trás, mas agravou-se com a tentativa de golpe de 15 de Julho. Agora, mais do que ameaça ao Estado, são considerados cúmplices de uma organização terrorista e tratados em conformidade.

 

Segundo notícia do Expresso online, “desde a tentativa de golpe, cujos contornos ainda não foram totalmente apurados, Erdogan tem levado a cabo uma criticada limpeza de opositores e críticos, ordenando ainda o encerramento de 24 estações de rádio e de televisão e a retirada de carteiras profissionais a mais de 100 jornalistas”. 

Nazli Ilicak era deputada pelo Partido da Virtude e sentava-se ao lado de Merve Kavakci, que em 1999 levou o seu lenço islâmico na cabeça para a cerimónia de investidura, sendo impedida e expulsa pelo então Primeiro-Ministro Bulent Ecevit. 

Nazli não usava o lenço e apoiou a decisão de Ecevit mas, depois da dissolução do Partido da Virtude em 2001, por violação dos artigos secularistas da Constituição turca, muitos dos seus membros vieram a apoiar ou até a fazer parte do AKP, actualmente no poder. Nazli Ilicak foi despedida, em 2013, do jornal pró-governamental Sabah, depois de ter criticado ministros apanhados num caso de corrupção, segundo noticiaram os canais de televisão  NTV e CNN-Turk.

No ano passado as autoridades turcas mudaram a administração e despediram parte do pessoal de meios de comunicação social alegadamente ligados a Fethullah Gülen, como os jornais Zaman, Bugün ou Millet. Depois da intervenção estatal, os responsáveis por estes jornais criaram novos meios, como o Özgür Düsunce, onde trabalha Nazli Ilicak  - segundo o Jornal de Negócios online, que cita a Agência EFE. 


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