Governo polaco quer aprovar lei para condicionar os “media” privados …

A tentativa de criar grandes limitações ao acesso dos media ao Parlamento, em Dezembro de 2016, foi contida, no meio de "uma crise parlamentar sem precedentes", mas as atenções (e a inquietação) dos jornalistas voltam-se agora para este projecto.
Segundo Le Monde, que aqui citamos, o presidente do Partido Direito e Justiça (PiS), Jaroslaw Kaczynski, tem sido claro a este respeito: "É necessária uma reforma dos media. Queremos que eles apontem para a verdade, em vez de se envolverem num conflito político. É preciso pôr em funcionamento leis de supressão dos monopólios que venham regular este mercado."
Esta ideia de "regulação" do mercado mediático tem sido muito debatida no seio da maioria, desde a sua chegada ao poder em Novembro de 2015. "Várias personalidades do PiS consideram, mesmo, que os jornalistas que trabalham nos media com capital estrangeiro não podem ser objectivos, e não defendem ‘os interesses polacos’."
A Gazeta Wyborcza é um exemplo das dificuldades que enfrentam os meios da oposição. Este diário, fundado por Adam Michnik, "inimigo de longa data do partido de Jaroslaw Kaczynski", está em problemas. "No final de 2016 teve de despedir cerca de 190 pessoas, 20% dos seus efectivos. Em causa está a queda drástica da receita publicitária proveniente das empresas públicas, mas também uma significativa quebra nas vendas."
"O poder impôs às administrações públicas o corte das assinaturas do jornal, o que representa uma subtracção de vários milhares de exemplares por dia. O diário foi também banido dos postos de correio e das estações de serviço controladas pelos gigantes públicos da energia."
Mais informação em Le Monde, de onde colhemos a imagem utilizada