De acordo com a sua biografia pública, Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, jurisconsulto e político,  nasceu na Póvoa de Varzim a 21 de Julho de 1941, ingressando aos 18 anos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em 1963.

Discípulo de Marcelo Caetano, viria a dedicar-se à carreira académica na mesma Faculdade, especializando-se em Direito Administrativo e concluindo, em 1967, o doutoramento em Ciências Jurídico-Políticas. 

Chegou a professor catedrático em 1984 e cumpriu, também, cinco mandatos como presidente do Conselho Científico da Faculdade de Direito de Lisboa. Em 1977, iniciou a sua colaboração com a Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.  

Em 1998, depois de ter estado entre os fundadores da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, abandonou a Clássica, dedicando-se exclusivamente ao ensino na Nova, onde também presidiu à Comissão Instaladora, até 1999. No dia 22 de Maio de 2007 leccionou nessa Faculdade a sua última aula, com o tema "Alterações do Direito Administrativo nos últimos 50 anos".

Desde 2011 rege, na Faculdade de Direito da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, a disciplina de Direito Público da Economia, coordenando o Centro Português de Estudos Lusófonos. 

Autor de um Curso de Direito Administrativo, com diversas edições desde 1986, Freitas do Amaral é considerado uma das principais autoridades nessa área na Escola de Lisboa.

Cofundador do CDS, logo após o 25 de Abril de 1974, Freitas do Amaral foi presidente da Comissão Política Nacional deste partido, entre 1974 e 1982 e, de novo, entre 1988 e 1991. Foi membro do Conselho de Estado de 1974 a 1982, deputado à Assembleia Constituinte, eleito em 1975, e à Assembleia da República, entre 1976 e 1983 e, novamente, de 1992 a 1993.

Em 1979 constituiu, com Francisco Sá Carneiro, líder do Partido Social Democrata, e Gonçalo Ribeiro Teles, líder do Partido Popular Monárquico, a coligação Aliança Democrática. A esta formação viriam a juntar-se José Medeiros Ferreira e António Barreto, do Movimento dos Reformadores, dissidentes do Partido Socialista.

A AD viria a ganhar, com maioria absoluta, as eleições legislativas de 1979  - a primeira maioria absoluta concedida a uma coligação pré-eleitoral na Democracia portuguesa -  e em 1980. Na sequência desse resultado, Freitas do Amaral fez parte do VI Governo Constitucional, como vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, até Dezembro de 1980.

Após a tragédia de Camarate, que vitimou o primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, cuja morte e dos que o acompanhavam lhe coube anunciar na televisão, assumiu funções como primeiro-ministro interino do mesmo Governo.

Sob a chefia de Francisco Pinto Balsemão, que sucedeu a Sá Carneiro no cargo de primeiro-ministro, integrou em seguida o VIII Governo Constitucional, como vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional, de 1981 a 1983.

Entre 1981 e 1982 foi, igualmente, presidente da União Europeia das Democracias Cristãs.

Candidato a Presidente da República nas eleições de 1986, obteve o apoio do PSD e do CDS, atingindo 48,8% dos votos na segunda volta, a curta distância do vencedor, que seria Mário Soares.
Foi até hoje o único português a presidir à Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1995-1996.

Em finais da década de 1990 afastou-se do CDS, anunciando a sua retirada da política activa. Mais tarde, em 2005, aceitaria o convite, como independente, para ministro dos Negócios Estrangeiros do XVII Governo, formado pelo Partido Socialista. Nesse mesmo ano demitiu-se de membro do Partido Popular Europeu, por considerar incompatível com a sua condição de ministro num governo socialista. Por motivos de saúde, abandonaria o cargo governativo em Junho de 2006.

Mais recentemente, foi muito crítico em relação aos secretários de Estado do actual Governo, que viajaram a expensas da petrolífera portuguesa para assistirem a jogos de futebol da Selecção, em França, defendendo a sua demissão, o que não veio a acontecer.

Freitas do Amaral tem numerosos livros publicados, desde matéria da sua especialidade no Direito até obras que traduzem a diversidade dos seus interesses intelectuais e uma vastíssima cultura humanística.

Um dos seus livros mais recentes foi publicado no ano passado. Com o título "CDS - 40 anos ao serviço de Portugal", Freitas do Amaral não contorna as razões que o levaram a afastar-se do partido que fundou, dizendo que “ninguém traiu ninguém” e que continuam "irmãos, embora separados".

Junta, ainda, várias e importantes condecorações, nacionais e estrangeiras, entre as quais a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal.

É esta personalidade, com um recorte invulgar e um invejável currículo como académico e político, que poderemos ouvir  na Sala da Biblioteca do Grémio Literário, num jantar-debate sobre as perspectivas que se deparam para a União Europeia e para Portugal como parte dessa comunidade.