São cinco páginas na edição impressa do Jornal de Negócios, repartidas em três blocos: um sobre a sucessão, a relação com o fundador  - o seu pai, Francisco Pinto Balsemão -  e o jornal Expresso, que “foi onde tudo começou”; outro sobre a SIC e os canais concorrentes, e um último que descreve o seu percurso profissional. 

Em resposta à questão de ser ou não fácil trabalhar com o fundador, faz a distinção entre a esfera familiar e a profissional e declara: “Em ambas as situações, é uma pessoa de quem me orgulho muito e neste percurso profissional que ele fez, para mim, é de facto um orgulho estar a trabalhar directamente e todos os dias com ele.” 

Sobre a sucessão, Francisco Pedro Balsemão afirma:

“Ao dr. Balsemão, ao ‘chairman’ da Impresa, ninguém consegue realmente suceder pelo seu percurso e aquilo que representa. Essa é uma impossibilidade. Agora, enquanto CEO sim, é possível sucedê-lo. E foi isso que me foi pedido para fazer.” 

Sobre a questão de um possivelmente necessário aumento de capital da Impresa, recorda que “temos sempre dito que não precisamos desse aumento de capital”; atribui a sua origem a boatos e conclui que “há muita gente que queria que não fosse assim, mas a Impresa não está à venda”. 

Quanto ao valor da dívida, declara que já foi de 250 milhões de euros, agora é de 197 milhões, e remata: 

“A nossa capacidade de reduzir a dívida está demonstrada. O valor da nossa dívida tem uma explicação. É o resultado da decisão do grupo de comprar a totalidade do capital da SIC e da SIC Notícias, assim como as revistas. Mais de metade do valor da dívida tem essa razão.” 

Sobre as questões colocadas ao jornalismo pela revolução digital, responde:

“O mercado publicitário do papel neste semestre, e em comparação com o do ano anterior, cai cinco milhõs de euros. É preocupante. A nossa estratégia é focar cada vez mais no consumidor, através de experiências personalizadas. (...)  O jornalismo de investigação requer investimento. E esse investimento requer que as marcas de um grupo, como a Impresa ou outras, estejam bem financeiramente e sejam sustentáveis. Só pode haver jornalismo de investigação se houver boas práticas de gestão. E estamos todos no mesmo barco, gestores e jornalistas, a lutar pelo mesmo.” 

Sobre a televisão, afirma que deveria haver mais incentivos por parte do Estado, para produzir e exportar, referindo-se, por exemplo, às telenovelas:

“Quando foi aprovada a Lei do Cinema, há uns anos, queríamos que os incentivos aplicáveis ao cinema também pudessem ser aproveitados por nós, pela televisão. (...)  Volto a dizer: nós exportamos os valores nacionais. Quando digo que exportamos novelas para trinta e tal países não é coisa pouca.” 

Pronuncia-se também sobre a relação entre a SIC e os canais concorrentes, afirmando que “a CMTV é um canal generalista com um cunho informativo e não pode ser comparada com a SIC Notícias. É melhor comparar com um canal generalista do cabo. Desde que surgiu a CMTV, a SIC Notícias só tem vindo a melhorar. (...)  Mas na parte que corresponde à informação é muito importante sermos humildes e percebermos que conseguimos ver nos nossos concorrentes determinados atributos que gostamos de seguir. A concorrência é sempre saudável.”