Fórmulas para reinventar uma imprensa em dificuldades
Os dados são avassaladores: a imprensa em papel está a desaparecer, mas as alternativas já são claras. No cenário internacional há exemplos notáveis de reinvenções bem-sucedidas. Não são fórmulas fáceis, exigem que os gestores da empresa tomem decisões arriscadas e as mantenham. Segundo um artigo publicado na Media-tics por Miguel Ormaetxea, “as repetidas mudanças nas posições editoriais mostram a desorientação e a paralisia dos empresários, especialmente em Espanha, onde os principais grupos estão a definhar com medidas cosméticas”
Os últimos dados do General Media Survey (EGM), em Espanha, revelam que: em dez anos, a imprensa perdeu nada menos que 61 por cento dos seus leitores. Em meados de 2022, restam apenas 5,6 milhões de leitores, para um país de 47 milhões de pessoas.
Ormaetxea cita mais dados “há dez anos, quase 36 por cento da população tinha acesso a um jornal impresso, hoje mal passa dos 13 por cento. A imprensa económica, iniciada com o periódico "5 Dias", tem apenas 158.000 leitores. Vale lembrar que nada menos que nove títulos diários apareceram nos últimos anos, quase todos no vermelho, o que é ainda mais preocupante se levarmos em conta que não conseguiram capitalizar a enorme vantagem de ter 580 milhões de falantes de espanhol no mundo” afirma.
Ao citar um estudo da Reuters, Ormaetxea, alerta para “a perda de credibilidade do jornalismo e da qualidade da informação no mundo”, defendendo que, “devemos fazer algo mais do que ficar alarmados”.
Nunca como hoje a informação de qualidade foi tão importante, no entanto “é cara e exige que os gestores das empresas arrisquem”.
Segundo o autor, os jornais impressos em papel, devem passar “a ser publicados em formatos multimédia, com muitos vídeos, podcasts, por jornalistas bons e bem pagos, que ouvem os seus públicos, e não pregam sermões das suas colunas”.
Outubro 22
Para Ormaetxea, é ainda necessário “pensar em termos globais, mesmo com informações locais. Abandonar o jornalismo de causas e abraçar a tecnologia como caminho para a mudança”.
O autor prevê que no futuro próximo, o jornalismo, “com notícias do dia a dia deixe de ser impresso em papel”, e as edições em papel “passem a ser reservadas à publicação de excelentes análises e pesquisas, vendidas a um preço necessariamente alto”.
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