Formação científica para jornalistas preconizada no Brasil

Já Ana Beatriz Tuma, mestre em Divulgação Científica, sublinhou a importância de combater os “desertos noticiosos”, já que a falta de informação comunitária pode ter repercussões graves para a saúde pública.
A jornalista Eveline Araújo, por sua vez, considerou essencial clarificar o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). “Os jornalistas deveriam entender o SUS enquanto um sistema de grande valor. Quanto mais a população souber, mais eficaz ficará o serviço”.
Araújo destacou, ainda, a importância de recorrer a um leque diversificado de fontes de informação, como antropólogos, cientistas sociais e conselheiros de saúde.
Houve ainda quem referisse o sensacionalismo da cobertura televisiva, que, ao focar-se no número de mortes, afastava a população dos “media” e de fontes de informação credíveis.
Outros jornalistas presentes sublinharam a importância de ensinar ciência nas Universidades. Bruna Belote, estudante de jornalismo, lamentou que as escolas não abordassem o jornalismo de ciência, mencionando, igualmente, dificuldades em conseguir uma especialização científica.“A ciência é muito importante para criar bons jornalistas e as faculdades precisam de adequar-se. O meu desejo é que os novos profissionais tenham mais facilidade em levar a ciência à população”.
O debate foi finalizado com declarações do vice-presidente da RedeComCiência, Moura Leite Netto, que chamou à atenção para a necessidade de clarificar as mensagens transmitidas pelos jornalistas.
“Os cidadãos não nos entendem. A ciência tem que chegar às pessoas. Temos que lhes levar essa cultura científica, com clareza e assertividade. Atravessar as pontes e diminuir a distância, tornando a ciência algo comum a todos”.
Leia o artigo original em “Observatório da Imprensa”