Falámos dele quando foi anunciado o seu programa, que é descrito noutro local deste site do CPI. Mas no fim-de-semana de 14 de Julho já se tinha realizado a primeira edição do Rendez-vous de Juillet, en Autun, organizado pelas revistas XXI e 6 mois, de certo modo relançando a experiência de Couthures, em que tinham participado. 

E, no princípio de Junho, os campos verdes do East Sussex, na Inglaterra, tinham acolhido o primeiro Byline Festival, que tem uma componente dominante voltada para o jornalismo e a Informação. 

A inspiração fundadora destes eventos vem de Itália e começou há uma dezena de anos, com os Festivais de Perúgia, criado em 2006,  e de Ferrara, lançado no ano seguinte pelo jornal Internazionale. Ambos acolhem, todos os anos, “figuras mundiais do jornalismo e um público recebido de forma gratuita, graças ao apoio das colectividades locais e algum mecenato. São locais onde se debate a actualidade, novas formas narrativas e a democracia...” 

Como descreve o Le Monde, que aqui citamos, procuram sobretudo a confluência de três tendências principais:

  1. – A do jornalismo “ao vivo” (live journalism), que assenta no contacto directo e na palavra, por vezes na performance. Os jornalistas sobem ao palco, contam as suas experiências, descrevem a sua relação com os temas tratados. A Pop-Up Magazine, dos EUA, ou a Live Magazine, em França, são bons exemplos desta linha.
  2. – A da interrogação cidadã sobre a Informação. “Será preciso queimar os jornalistas?”  - foi uma das questões postas em Autan. De que modo informar “na era da pós-verdade?”  - como interrogam os Ateliers de Couthures? Como tornar a Imprensa “honesta”, ou menos “misógina”?  - como foi evocado em Byline.
  3. – A procura da “fidelização”, numa época em que os jornais procuram passar dos utentes a autênticas comunidades estruturadas de leitores motivados. O Financial Times fala de engagement como The Guardian fala de membership, termos a que não estamos habituados, por efeito de uma cultura dominante que passou a tratar os leitores exclusivamente como consumidores de conteúdos. 

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