“Há muita coisa má a ser feita pelo Facebook”, afirmou  Zhang. "O custo não é suportado pela empresa. É suportado pelo mundo”.


Zhang destaca, neste sentido, o caso de Juan Orlando Hernández, presidente das Honduras, que, em 2018, estava a receber 90% de todas as interacções falsas registadas naquele país.


Nesse ano, Zhang chegou à conclusão de que a equipa de Hernández era responsável pela maioria do conteúdo falso produzido, de forma a aumentar a relevância do líder político naquela plataforma “online”.


O mesmo aconteceu no Azerbaijão, onde foram criadas milhares de contas falsas, para assediar páginas de jornalismo independente.


Contudo, os responsáveis pela rede social rejeitaram, durante muito tempo, investigar estes casos.


Aliás, o Facebook demorou mais de um ano a desmantelar a rede hondurenha, e 14 meses para eliminar a campanha do Azerbaijão.


De acordo com Zhang, isto acontece porque o Facebook tem uma lista de países prioritários.


Assim, as redes de interacções falsas de países “ocidentalizados”, como a Polónia, o Taiwan, a Índia, a Indonésia, a Ucrânia, a Coreia do Sul e a Itália, demoraram entre 1 e 67 dias a ser eliminadas.


Por outro lado, as campanhas de países como Afeganistão, Equador, Argentina, Paraguai, México e Azerbaijão, foram desmanteladas num prazo de 94 a 426 dias.


Além disso, em muitos casos, o Facebook não tomou qualquer medida.



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