O referido trabalho, assinado pelas três investigadoras Ana S. Cardenal, Carol Galais e Sylvia Majó-Vázquez, e publicado pela Oxford University Press, não se concentra nesta parte da eventual desinformação, mas em várias hipóteses, que vão “desde a possibilidade de que estes utentes se interessem por temas mais variados do que aqueles que recorrem aos media tradicionais, até à [possibilidade] de que os temas que interessam aos que se informam pelo Facebook sejam mais superficiais e tenham menos relação com os problemas reais da sociedade em que vivem  - centrando-se, pelo contrário, sobre os que interessam aos seus amigos na rede social.” 

As autoras deixam a questão em aberto (como o título, pela interrogativa, indica) e convidam a que sejam aprofundados estes pormenores. 

Neste sentido vai outro estudo, já com três anos, e também publicado em Oxford, sobre  Filter Bubbles, Echo Chambers and Online News Consumption, onde se afirma que, “de cada 300 clics num link publicado no Facebook, só um conduz a artigos de notícias importantes; o resto leva, de modo geral, a vídeos ou imagens”. 

Este pormenor levaria a pensar que o Facebook não tem, de facto, tanto poder informativo com se julgava  - o que terá de ser verificado em estudos posteriores. 

“O que as autoras do [primeiro] estudo querem agora saber é se o Facebook pode prejudicar [corroer, ou desgastar  - do original erode] a agenda geral de um país, ao incidir o foco sobre temas que não são, de facto, tão importantes para o conjunto da sociedade, ou se, pelo contrário, o facto de introduzir novas realidades no debate social pode contribuir para se focar em problemáticas a que as massas não prestam atenção, por um ou outro motivo.” 

“Em qualquer caso, o que parece ficar claro é que o Facebook tem incidência directa sobre a agenda pessoal de cada cidadão que utiliza esta rede social para ser informado.” (...)

 

O artigo aqui citado, na íntegra em Media-tics