Experimentar novas ferramentas no jornalismo cultural
Perante a crise dos formatos tradicionais do jornalismo, a melhor forma de reformular os “media” e de conquistar as audiências é experimentar com novas ferramentas e conteúdos.
Quem o diz é o jornalista e escritor Jorge Carrión que, durante a sua participação na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, falou sobre estratégias para a renovação do jornalismo cultural, com base na sua experiência pessoal, e nas fórmulas que utiliza no seu “podcast”, “Solaris”.
Conforme indicou o“site”da Fundação Gabo, Carrión começou por sugerir que os jornalistas culturais recorressem a estratégias artísticas e artesanais para contarem as suas histórias.
“Nunca esqueçamos a opção do desenho ou a opção clássica do jornalismo, a escrita à mão, porque a velocidade da escrita no computador pode ser inimiga do tipo de literatura que se quer escrever”, indicou aquele profissional.
Carrión recordou, neste contexto, o trabalho do jornalista Édgar Álvarez, que faz animações analógicas, com plasticina, para explicar fenómenos sociais e culturais.
Aquele jornalista afirmou, ainda, que o jornalismo pode ser feito “ao vivo”, através de teatro artesanal ou de documentários performativos.
“Hoje em dia, além de estarem a recuperar o desenho, muitos profissionais estão a recorrer ao teatro documental para contar histórias. Esta é uma das tendências extraordinárias da não ficção”, disse.
Carrión destacou, também, as valências das novas tecnologias. Neste âmbito, o jornalista sugeriu que os profissionais dos “media” recorressem às redes sociais para falar sobre fenómenos relevantes, de forma sintetizada.
Junho 22
Estas plataformas, continuou aquele profissional, podem, também, servir para a criação de personagens fictícias, que sejam representativas de um determinado estereótipo ou segmento da sociedade, e que ajudem a explicar questões culturais.
Aliás, Carrión utiliza esta mesma estratégia no seu “podcast”, através da personagem “Ella”.
No entanto, o jornalista alertou: “Devemos fazer ficção, mas sem cair em chantagem ética, e sem insultar o ouvinte, ou o leitor. Nunca devemos insultar a inteligência de quem nos ouve, ou de quem nos lê”.
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