Estudo sobre jornalistas portugueses revela apreensão com o futuro
Os dados indicam que há quase tantas mulheres como homens a exercer a profissão e que os jornalistas têm, em média, 39,9 anos. Pouco mais de metade tem uma relação conjugal.
Verifica-se entretanto que h´hoje 2000 jornalistas em Portugal comparativamente colma a década anterior . E entre os detentores de carteira profissional, quase dois terços já ponderou abandonar a profissão.
Outro dado preocupante é o facto de uma larga fatia considerar provável perder o emprego num futuro próximo, com apenas 35,1% a considerarem que ficar desempregado é improvável, enquanto 40,9% acham provável e 15,7% acreditam mesmo ser “extremamente provável a curto prazo”.
Por comparação com o primeiro estudo sociológico sobre a atividade jornalística em Portugal, publicado em 1988, pelo professor Paquete de Oliveira, os jornalistas são agora ligeiramente mais novos.
Em 1987, ano a que se referem os dados analisados em “Elementos para uma sociologia dos jornalistas portugueses”, a idade média dos jornalistas portugueses (calculada a partir dos pontos médios de cada escalão etário) era ligeiramente inferior aos 41 anos, ou seja, cerca de um ano mais velhos do que em 2016.
Os jornalistas têm uma escolaridade superior à média nacional, com quase 80 por cento com, pelo menos, frequência universitária. Este dado é quase o dobro do registado em 1987, quando apenas 39,8% dos jornalistas tinham chegado à universidade.
A Área Metropolitana de Lisboa emprega quase dois terços dos jornalistas portugueses e quase metade dos restantes trabalha na região Norte. Segundo o trabalho do professor Paquete de Oliveira, a região de Lisboa concentrava, em 1987, cerca de 80% dos profissionais, o que denotava “um concentracionismo geográfico com epicentro” na capital.
Os resultados globais são apresentados no 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses.