Uma das principais razões para o divórcio relativamente à informação, apontadas pelos entrevistados, foi o predomínio de assuntos como crimes e guerras. Isto porque, muitas vezes, o factor “proximidade” leva a uma maior preocupação e a um maior alarmismo por parte dos leitores, ouvintes ou espectadores. Assim, há, também, quem considere as notícias “muito deprimentes” pelos relatos trágicos conhecidos.

Se, por um lado, há quem veja as notícias como livres de substância e “sem sentido”, por outro, há quem as associe à política e, por isso, as consideraram “aborrecidas”. Em comum, têm a falta de interesse, por não se identificarem com o conteúdo noticiado.

Para os entrevistados, a confusão que caracteriza as notícias, revela-se, também, um factor de desinteresse. Muitos consideram-se “perdidos” no acompanhamento da actualidade e, por isso, acabam por desistir da informação. Também, o sentimento de impotência em relação ao mundo à sua volta, revelou-se uma das razões para deixarem de parte as notícias.

No entanto, muitos entrevistados acabaram por fazer a sua própria auto-crítica a propósito da sua falta de interesse em consumir informação. Em comum, todas as respostas revelaram subjacente uma apreciável ansiedade perante essa experiência com a antecipação. Ou seja, para suportarem a ansiedade, há quem prefira estar menos informado.

Assim, a fuga às notícias é, ironicamente, apresentada como uma escolha razoável.