Para o Obercom, “os  media tradicionais, que antes necessitavam de uma imprensa escrita e cuja circulação estava restrita a uma fracção de uma localização geográfica, já não podem sequer equacionar este modus operandi, sob pena de perderem todo e qualquer protagonismo num sector que vive cada vez mais do imediatismo. Há alguns anos, um repórter seguia uma pista ou descobria uma história. Hoje, muitas histórias são recebidas na terceira pessoa através do Facebook, em tweets, etc. Antes de uma história chegar ao repórter, já está muitas vezes no universo dos media sociais. Reflectir e trabalhar numa história, até esta estar completa, é já a antítese da celeridade necessária, no sentido em que outros competidores (jornalistas cidadãos, twitterers, bloggers, etc) já fizeram chegar a notícia ao público-alvo e ao consumidor tradicional de notícias, que passou de consumidor passivo, a consumidor activo, procurando aquilo que quer ver e no momento em que decide ver”.

No enquadramento do estudo, escreve-se que “as redes sociais, como o Facebook e o Twitter, assim como as aplicações do modelo web 2.0, como blogs e o Google, alteraram a indústria da notícia e a prática jornalística. Um número substancial de pessoas já não esperam pelas notícias do jornal da noite. Basta estar online e aceder ao que se está a passar no momento (…)

Esta é a grande mudança de fundo, e, tal como qualquer jornal ou televisão, também as agências de notícias têm de agir consoante um modelo que deve passar a convergir entre o online e o offline tradicional, deixando rapidamente a plataforma única. As agências de notícias têm de abraçar definitivamente, tal como qualquer título de imprensa, as novas oportunidades de negócio e adaptar-se mais rapidamente às inovações no sector dos Media”.

No mesmo estudo do Obercom, considera-se que “as agências de notícias têm de se adaptar a novos hábitos de consumo de notícias, para que possam continuar a ser relevantes para os seus clientes habituais e para que possam manter o seu papel de facilitadores de jornalismo de qualidade, e têm de abraçar o desafio de um mundo em que a divulgação da notícia já não é um exclusivo seu. Hoje, qualquer pessoa com uma ligação à Internet que esteja no local certo à hora certa, tem o poder de conseguir criar e narrar uma notícia a uma audiência amplamente dispersa nos mais variados locais do planeta. Em última análise, é neste contexto que uma agência de notícias irá actuar no futuro, tendo presente que deverá adaptar-se à mudança, assimilando as principais exigências, mas mantendo tudo aquilo que a torna singular e lhe permite criar valor num desafio constante entre o marcar posição ou a irrelevância definitiva”.

Este estudo surge numa altura em que o debate sobre a nova filosofia da relação da noticia com o consumidor está a ser objecto de significativa controvérsia, permanentemente sujeita a novos inputs,consoante a geografia, o perfil da imprensa, e os hábitos implementados dos leitores.