Estudo da ERC sobre Consumos de Media revela que os portugueses privilegiam a informação televisiva
Fica a saber-se por esse estudo que cerca de 70% de portugueses consomem notícias sobretudo pela televisão, vindo a seguir a imprensa e as redes sociais. Mas 80% dos portugueses que têm acesso à Internet usam as redes sociais e 35% fazem-no também para consultarem aqui as notícias - sendo que, entre os mais jovens, as redes sociais são mesmo a segunda fonte de notícias, depois da televisão.
Ficam visivelmente prejudicados, nestas contas, os jornais, no que toca aos consumidores mais jovens, facto que não é, de resto, surpresa.
O estudo revela mesmo que as redes sociais desempenham também uma função importante, quando se trata de breaking news. São a escolha de 30% dos utilizadores para actualização de notícias recentes”.
Vale a pena transcrever o essencial do resumo do estudo em causa, colocado online pela ERC no seu site, que assinala, designadamente que: “ mais de 60% dos portugueses dizem que acedem à internet pelo menos uma vez por semana e a grande maioria usa o e-mail (87%) e consulta as redes sociais (80%). Mais de metade acede à internet para ler jornais e revistas.
Os conteúdos de âmbito nacional são os preferidos (81%), seguindo-se os de actualidade internacional (61%) e de saúde (31%). A política nacional fica pelos 10%.
Sublinhe-se ainda que cerca de 60% dos portugueses que acedem à internet consultam notícias pelo menos uma vez por dia.
Apesar de haver diferenças assinaláveis entre as várias gerações de utilizadores de Internet, essas diferenças são mais esbatidas quando a actividade desenvolvida é o acesso a e-mail, navegação em redes sociais, pesquisa de informação e consulta de conteúdos noticiosos.
A quase totalidade dos utilizadores e consumidores de notícias acedem à internet em casa (depois são lugares públicos, preferido sobre o local de trabalho). O computador continua a ser o dispositivo mais relevante mas o telefone/smartphone tem importância crescente”.
Mais adiante, o estudo sublinha “que o principal dispositivo de acesso à internet é em locais de estudo (54%), superando o computador (46%) e ficando muito próximo dos locais de trabalho (computador – 37% e smartphone - 34%).
As redes sociais desempenham também um papel relevante no consumo de notícias:80% dos que têm acesso à internet usam as redes sociais e 35% fazem-no também para consultarem aqui as notícias. Nos mais jovens as redes sociais são mesmo a segunda fonte de notícias, depois da televisão.
O Facebook é a rede preferida (83%) e a grande maioria dos utilizadores (67%) diz que acede a conteúdos noticiosos “percorrendo o meu feed para saber o que é novo”. A pesquisa de notícias é feita por 24% de utilizadores e 21% partilham a notícia fazendo um post”.
O comunicado da ERC, observa, ainda, no que se refere à utilização das redes sociais, que “a penetração está de tal forma generalizada entre os utilizadores de internet que nas pessoas entre os 45 e 54 anos tem ainda uma taxa de utilização superior a 70%”.
Segundo este estudo, que tem como tema “As novas dinâmicas de consumo televisivo em Portugal”, “o smartphone é usado preferencialmente para comunicar recorrendo a serviços OTT (messaging, 46%, e telefonemas, 27%) e aceder a redes sociais e conteúdos de entretenimento/consumo de conteúdos noticiosos (21% acedem a conteúdos noticiosos através do smartphone).
É muito baixa a percentagem de quem pagou por conteúdos online (3%) e é significativo (62%) o número dos que dizem ser muito improvável que venham a pagar.
O estudo foi coordenado por investigadores do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (CECC) da Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e especialistas da GfK. Os resultados do inquérito e do estudo vão ser apresentados em breve e com mais pormenor.