Trump não podia faltar, como causa de um efeito de reacção. A resposta mais explícita é a de Kathy Kiely, docente na Universidade de New Hampshire: “Donald Trump  - que Deus o abençoe -  tornou o jornalismo de novo apetecível. Nestes últimos dez anos eu tenho-me sentido como um Paul Revere ao contrário, gritando a toda a gente: ‘Os jornais estão a desaparecer!’ Finalmente, as pessoas estão a ouvir  - e começam a pensar sobre o que podemos fazer a respeito disto. Muito obrigado, Sr. Presidente!” 

[Paul Revere foi o colono a quem ficou atribuída, numa noite de Abril de 1775, uma cavalgada pelos campos a caminho de Lexington, acordando as pessoas ao grito de “The British are coming!”, no início da Guerra de Independência da América.] 

Também Dan Rosenheim, da KPIX-TV (CBS), na Califórnia, se refere a Donald Trump, “que pode, embora involuntariamente, estar a lembrar às pessoas que uma cobertura noticiosa fiável e bem informada é de um valor inestimável”. 

E Brian Stelter, da CNN: “De cada vez que o Presidente grita ‘fake!’ temos a oportunidade de explicar de que modo as autênticas notícias são trabalhadas e publicadas. (...) Isto não vai conquistar a confiança de toda a gente, mas vai ajudar.” 

Maria Henson, detentora de um Prémio Pulitzer, docente na Wake Forest University, declara-se animada de cada vez que ouve dos seus alunos comentários como: “Por tudo o que tenho aprendido e visto, sinto-me inspirado a permanecer junto dos media nestes tempos de prova. A Primeira Emenda foi sempre importante, mas agora parece tão necessária como o ar que respiramos.” (...) 

Tanto ela como Chuck Todd, da NBC News, revelam optimismo sobre a qualidade dos jovens (millennials) e a nova geração de jornalistas. Segundo Maria Hanson, “cada vez mais deles compreendem o que está em causa”. 

Bruno Cohen, anterior executivo da CBS, vê a luz ao fundo do túnel da revolução digital: 

“Encontramo-nos ainda nos estágios iniciais da tecnologia digital, portanto estamos a sofrer todo o seu séquito de disrupções sem muita perspectiva. E temos provavelmente mais cinco ou dez anos de caos pela frente. Mas nessa altura o público estará tão farto de ruído e de publicidade disfarçada de notícia, de maus protagonistas abusando do seu acesso às plataformas sociais, ou de mentiras conferindo poder a qualquer um suficientemente atrevido para as proferir, que vai emergir uma exigência viável por fontes com integridade, ou conteúdos patrocinados em que se possa confiar.” (...) Um modelo de negócio vai formar-se em torno dessa exigência. E vão ser necessários bons jornalistas  - muito necessários.” (...) 

 

O artigo citado, na íntegra, no Poynter.org