Escolas de jornalismo devem funcionar como protótipos de redacções
Com a era digital, os profissionais dos “media” passaram a ter de dominar novas ferramentas e estratégias editoriais, como forma de acompanhar os modelos de consumo actuais.
Além disso, a imprensa começou a dar mais espaço às causas sociais e alterações climáticas, pedindo aos seus colaboradores uma compreensão aprofundada sobre estes temas.
Neste sentido, o “site” do Instituto Poynter consultou diversos estudantes, professores e colaboradores de jornalismo, a fim de listar as estratégias e disciplinas que podem ser introduzidas nas faculdades de comunicação social, a fim de preparar, de forma completa e abrangente, os profissionais do futuro.
Para Karl Idsvoog, professor da Universidade de Kent, a investigação e verificação dos factos continua a ser um elemento crucial do jornalismo, mesmo perante todas as mudanças que acompanharam a era tecnológica.
Assim, este académico sugere que os alunos de jornalismo sejam incentivados a realizar pequenas reportagens, seguindo as normas éticas e deontológicas exigidas pela profissão.
De acordo com Idsvoog, esta é uma boa forma de preparar os jovens para o futuro, e garantir que desenvolvem trabalhos de qualidade, que respondam às necessidades das audiências.
Da mesma forma, Gordon Cameron, editor-executivo do “Hamilton Community News”, acredita que as escolas de jornalismo deveriam funcionar como protótipos de verdadeiras redacções.
Isto é: os professores assumiriam o papel de editores, enquanto os estudantes seriam repórteres, avaliados consoante a cobertura de um determinado tópico.
Já Michael A. Longinow, director do Departamento de Comunicação da Universidade de Biola, defende a introdução de novos seminários sobre linguagem, redacção e recursos visuais.
Maio 22
“Esta nova geração não está preparada para falar com as pessoas que os rodeiam, ou sequer ouvir o que têm para dizer. A linguagem visual também é essencial nesta era, uma vez que os nossos estudantes têm de conseguir explicar acontecimentos através de imagens”, considerou Longinow.
“Depois temos que ter em conta a escrita”, prosseguiu Longinow, assinalando que, mesmo com os novos formatos jornalísticos, os leitores continuam a valorizar a “clareza”, a “elegância” e as “observações oportunas”.
Por sua vez, Gary Moskowitz, professor da Universidade de São Francisco, sublinhou a importância de preparar os alunos para a possibilidade de virem a trabalhar como “freelancers”.
Para Moskowitz, outra das questões a ter em conta são as tácticas de interacção com as audiências mais jovens. Como tal, os alunos devem ter acesso a aulas de jornalismo multiplataforma, ou “workshops” sobre adaptação de conteúdos às redes sociais.
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