Essa reacção de alívio é patente nas capas dos jornais europeus, com relevo para os títulos franceses, conforme poderá ser observado no portfolio que incluímos.

À esquerda, o Libération considera que “a França acaba de mostrar aos xenófobos que não os quer, mesmo que estes continuem ameaçadores e ativos”, ao mesmo tempo que destaca que um país, “que se diz envelhecido, nostálgico, calafetado, amargo, acaba de levar ao poder um homem de 39 anos sem passado político, apaixonado pela Europa”. Escreve, contudo, com alguma ironia sobre Macron, que “dos 65% de eleitores que o escolheram, mais de dois terços teriam preferido votar por outro. Estes eleitores deram-lhe um empréstimo”.

À direita, Le Figaro realça que, aos 39 anos, Macron “torna-se o presidente mais jovem da história da V República,” enquanto lembra que o Presidente eleito deverá agora procurar uma maioria nas legislativas de Junho, podendo “inscrever o seu nome no panteão dos reformadores cuja juventude, otimismo e ousadia triunfaram”.

Se vencer a “terceira volta” nas legislativas, Macron poderá sagrar-se com uma singularidade inesperada, ameaçando, todavia, os partidos tradicionais em França.

Que o diga Marine Le Pen, que já anunciou, precavidamente, alterações profundas na Frente Nacional.