Se é compulsivo na leitura, não o é menos na escrita, mantendo um diário desde 1993, com mais de 80 cadernos elaborados, dos quais admite um dia publicar “ pelo menos uma parte”.

 

Eduardo Carrega Marçal Grilo é natural de Castelo Branco, onde nasceu em 1942. Terminou em  1966 a licenciatura em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, e  em 1968 obteve o grau de "Master of science in Applied Mechanics" pelo Imperial College na Universidade de Londres. Depois, em 1973, completou o doutoramento em Engenharia Mecânica na Universidade Técnica de Lisboa.

 

Em início de carreira, de 1973 a 1976, foi professor auxiliar do Instituto Superior Técnico; de 1976 a 1980, director geral do Ensino Superior; e, a partir de 1981, tornou-se consultor do Banco Mundial e desempenhou vários cargos de direcção, entre os quais, em 1989, a responsabilidade pelo Serviço para a Cooperação da Fundação Gulbenkian, assumindo, em 1992, a presidência do Conselho Nacional de Educação.

 

Marçal Grilo é ainda autor de diversos trabalhos sobre educação, engenharia e cooperação para o desenvolvimento. Foi nomeado ministro da Educação durante o governo socialista chefiado por António Guterres, tendo ocupado o cargo de 1995 a 1999.

 

A 18 de Janeiro de 2006, Marçal Grilo  foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Desde Outubro de 2015 que frequenta a cadeira de "História dos Fascismos" da licenciatura em História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e tem como um das suas paixões de leitura tudo o que diga respeito  sobre a Segunda Guerra Mundial.

A mais recente intervenção pública que teve foi como mandatário nacional da candidatura presidencial de Maria de Belém, uma participação política rara no seu currículo,  justificada pelo facto de terem sido colegas no mesmo governo e de manter, desde então,  uma genuína admiração por ela, a quem atribui  uma personalidade solidária  com “uma grande preocupação com os outros”.


Marçal Grilo define-se como  independente, “mas não sou neutro”. E confessou, em recente entrevista,  com desassombro,  não ser “um homem que goste de interferir na política, a política é para os políticos, para profissionais da política” , explicando que  “a minha incursão durou quatros anos, fui ministro de António Guterres, mais nada”.


O mesmo desassombro com que  refere a sua convicção de que “ um Governo de esquerda tem uma probabilidade baixa de correr bem”,  E explica-se assim : “Sou um grande apologista de acordos entre os dois principais partidos, tenho pena que isso não esteja a ser possível”.


É esta personalidade discreta mas frontal, com uma história de vida feita de rigor e de inteligência, e com uma relevante  folha de serviços na Cultura, que  poderemos  ouvir na Sala da Biblioteca do Grémio Literário, num jantar-debate que promete uma  reflexão e participação alargadas.