Servindo-se de linguagens distintas, ambos os vencedores têm demonstrado ao longo dos anos um compromisso corajoso e continuo para tornar mais clara a actualidade e mais fácil a reflexão sobre a sociedade e a defesa do património de valores comuns - Eduardo Lourenço analisando as questões e reflectindo sobre elas, Plantu, explicando através do confronto e do sorriso.

O Prémio, instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura, em cooperação com a Europa Nostra, a principal organização europeia de defesa do património que o CNC representa em Portugal, e com o Clube Português de Imprensa, distingue contribuições excepcionais para a protecção e divulgação do património cultural e dos ideais europeus. Conta com o apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.

Reagindo à notícia, Eduardo Lourenço afirmou “Em plena crise da nossa milenária Europa, recebo a inesperada notícia de que me foi atribuído, com o caricaturista do Le Monde, Plantu, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, deputada europeia e militante ardente da causa da Europa. É uma consolação para o tempo caótico que vivemos e para mim é uma pequena luz ao fundo do túnel da nossa aventura europeia em panne.”

Por seu lado, Pantu afirmou “Estou muito orgulhoso de receber o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva. Num momento em que na Europa, muitos há que tendem a fechar-se sobre si próprios, é necessário retomar tudo, reaprender tudo, reexplicar tudo calmamente e o desenho é um bom meio para isso, recorrendo ao humor e ao sentido pedagógico, para abordar os temas que agitam a nossa Europa fragilizada. A intolerância começa a instalar-se e, face à reacção nacionalista e ao racismo, os cartoonistas podem ajudar neste novo desafio.  Sobre Helena Vaz da Silva, Edgar Morin dizia que encarnava uma “resistência intelectual obstinada”. Podemos retomar esta fórmula para fazer face ao desafio que permitirá aos 28 .... perdão, aos 27 da União Europeia encontrar qualquer coisa que se pareça com resistência, tolerância e Paz”. “Viver juntos” é uma lição para os próximos anos”.

O Júri do Prémio foi constituído por Maria Calado, Presidente do Centro Nacional de Cultura, Francisco Pinto Balsemão, Chairman do Grupo Impresa, Guilherme d´Oliveira Martins, Membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, João David Nunes, Membro da Direção do Clube Português de Imprensa, Irina Subotic e Piet Jaspaert, Vice-Presidentes da Europa Nostra, José María Ballester, Membro do Conselho da Europa Nostra e Marianne Ytterdal, Membro da Direcção da Europa Nostra.

Este Prémio Europeu, que tem o nome de Helena Vaz da Silva (1939- 2002), recorda a jornalista portuguesa, escritora, activista cultural e política, e a sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus. É atribuído anualmente a um cidadão europeu cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa, e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e artísticas, quer através de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, documentários, filmes de ficção e programas de rádio e/ou televisão.

O prestigiado escritor italiano Claudio Magris foi o primeiro laureado deste prémio europeu, em 2013, seguindo-se-lhe o Prémio Nobel da Literatura Orhan Pamuk, em 2014, e o conceituado músico e maestro catalão, Jordi Savall, em 2015.