Na véspera destas audições no Congresso, a NMA – News Media Alliance, uma associação de editores que reune cerca de dois mil jornais nos Estados Unidos e no Canadá, publicou um estudo segundo o qual só a Google teria obtido 4,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) de receitas publicitárias em 2018, graças aos artigos da Imprensa propostos no seu motor de busca e no agregador Google News.

Ora este número fica muito próximo do total das receitas publicitárias online do conjunto dos media norte-americanos, calculado em 5,1 mil milhões de dólares. 

Segundo Le Monde, que aqui citamos, a metodologia deste estudo é contestada, por manifestar resultados extrapolados a partir de dados que datam de 2008, bem como pelo facto de a Google News não ter anúncios. Mas “estas imprecisões recordam a dificuldade de medir o peso da plataforma neste sector, de tal modo a Google continua opaca quanto ao seu modelo económico e ao seu algoritmo”.  (...) 

Por contraste, os dissabores da Imprensa, nos EUA, são bem conhecidos. A queda das vendas no papel, desde há uma década, não foi compensada pela publicidade online e pelas receitas do digital, a não ser para um número restrito de alguns títulos de prestígio, como The New York Times e The Washington Post

Cerca de um jornal em cada cinco desapareceu, nos Estados Unidos, desde 2004, e as redacções tiveram os seus efectivos reduzidos em 45% entre 2008 e 2017, segundo um estudo do Pew Research Center publicado em 2018.

O duopólio Google – Facebook vai absorver, em 2019, 59% dos investimentos em publicidade, pelas contas do gabinete de pesquisa de mercado eMarketer.

 

O artigo aqui citado, na íntegra em Le Monde.  Mais informação no Jornal de Negócios.