Uma síntese com os principais dados sobre esta situação  - a que fizemos oportunamente referência -  e agora publicada em Media-tics, revela que “o momento-chave que explica o auge deste tipo de empresas é a crise económica que fustigou o nosso país a partir de 2008”, quando a Internet “se apresentava como uma plataforma de futuro e muitos jornalistas que foram para o desemprego nessa altura (houve um aumento de 132% entre 2008 e 2013) decidiram lançar os seus próprios media em formato digital”. 

Sobre esta relação causa-efeito, o estudo da APM revela que, dos 51 meios de toda a Espanha que foram consultados, só onze tinham nascido antes de 2008. 

À partida, 73% dos profissionais optaram pelo estabelecimento de alguma forma de sociedade (limitada, cooperativa, civil ou anónima). A sociedade limitada foi escolhida por 28 destas empresas. 

Mas a sua estabilidade fica em perigo pela escassez de receita: 

“Com 61% dos meios obtendo menos de 100.000 euros em 2016, estas empresas vêem-se constrangidas a lutar ano após ano pela sobrevivência. Um dos sectores em que se fazem mais cortes é no pessoal. As equipas de 29 dos media locais espanhóis estudados têm menos de quatro trabalhadores regulares. É significativo que sete deles contem apenas com um empregado e que três não disponham de uma redacção remunerada.” (…) 

Alguns deste novos meios acabaram por estabelecer acordos com media digitais de âmbito nacional, como El Español ou Público.

 

É diferente a paisagem mediática em Portugal, onde não se registam novos títulos digitais de âmbito regional ou local, apesar das dificuldades do mercado de emprego de jornalistas e ao contrário do que acontece na vizinha Espanha.

Mais informação em Media-tics e no site da APM, com a qual mantemos um acordo de parceria, e onde se encontra o acesso ao Informe de la Profesión Periodística 2017 na íntegra