… E jornalistas e “media” independentes perseguidos na Rússia
No último ano, o governo russo tem agravado a sua perseguição a jornalistas e “media” independentes, em resposta à influência exercida pelo líder da oposição, Alexei Navalny, e às manifestações pela liberdade de imprensa na “vizinha” Bielorrússia.
De acordo com o jornal britânico “The Guardian”, um dos principais mecanismos de repressão de publicações independentes, é proceder à sua classificação enquanto “agentes estrangeiros”.
Aprovada em 2017, a lei dos “agentes estrangeiros” obriga os títulos e os profissionais dos “media” a apresentarem relatórios pormenorizados sobre a sua situação financeira.
Além disso, qualquer publicação ou profissional com esta classificação tem de especificar, em todos os seus artigos, que o trabalho apresentado foi “realizado por um ‘agente estrangeiro’”, o que acaba por afastar potenciais investidores publicitários, que temem ser perseguidos por membros do governo.
Assim, ao abrigo desta lei, muitos jornais independentes foram já forçados a declarar falência e a encerrar actividade.
De momento, assinala o "Guardian", cerca de 50 jornalistas e meios de comunicação foram adicionados à lista de “agentes estrangeiros”, incluindo os “sites” de investigação “iStories” e “Insider”.
A campanha de Vladimir Putin contra o jornalismo independente -- recorda o “The Guardian” -- iniciou-se ainda na década de 2000, quando o governo passou a certificar-se de que os principais jornais russos eram controlados por empresários com ligações ao Kremlin.
Assim, ao longo das últimas duas décadas, o jornalismo russo tem sido marcado por perseguições e tentativas de repressão.
Setembro 21
Este cenário foi entretanto agravado perante o trabalho realizado por “sites” de investigação, que conseguem aceder a informações confidenciais sobre negócios do Kremlin, e publicam reportagens críticas das principais figuras políticas do país, e dos seus círculos mais próximos.
Este contexto, garantem alguns especialistas, não foi “algo espontâneo”, mas um resultado directo “das acções do governo”.
Perante este quadro, colaboradores de “media” ocidentais, como é o caso dos correspondentes da BBC na Rússia, temem ser considerados o “próximo alvo a abater".
Por outro lado, alguns jornalistas independentes consideram que continuam a poder exercer a sua profissão, apesar de toda a pressão política sobre a liberdade de expressão e sobre a sociedade civil, recusando-se a abandonar as suas funções ou o país.
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