… E imposto às tecnológicas para combater “desertos noticiosos” no Brasil
A criação de um imposto sobre os lucros de empresas como a Google e o Facebook poderia ser uma forma eficiente de financiar jornalistas e publicações, que actuam em pequenas cidades brasileiras, num primeiro passo para a adaptação do jornalismo ao ecossistema informativo digital.
Esta ideia, sugerida, inicialmente, por Joshua Benton num artigo do “Nieman Lab” foi, entretanto, analisada por Carlos Castilho no “Observatório da Imprensa”, tendo em conta o panorama brasileiro.
Para Castilho, a criação de impostos sobre o facturação publicitária da Google e do Facebook, que arrecadam, todos os anos, quantias multimilionárias, funcionaria como alternativa para acordos entre as plataformas e os grandes jornais.
De acordo com o autor, a taxação das plataformas permitiria a criação de um sistema, que, sem inviabilizar o negócio desta empresas, poderia garantir uma transferência de financiamento para os profissionais do jornalismo em pequenas e médias cidades, onde a crise no modelo tradicional de negócios da imprensa está a provocar o aparecimento de “desertos informativos”.
Isto contribuiria, da mesma forma, para o combate das notícias falsas, uma vez que, na ausência de notícias de qualidade, muitos cidadãos recorrem às redes sociais para se manterem informados sobre os acontecimentos locais.
Fevereiro 22
Castilho alerta, contudo, para a relutância das grandes empresas tecnológicas em adoptarem este novo modelo. Além disso, caso o novo imposto seja aprovado, o governo teria de criar novas regulamentações, para que o dinheiro fosse distribuído de forma justa.
Permanece, assim, a dúvida sobre como será possível reduzir, num futuro próximo, a enorme carência de notícias locais nos quase 4.500 municípios brasileiros considerados “desertos informativos”, onde vivem cerca de 70 milhões de pessoas.
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