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… E com o fecho do “Apple Daily” morre a “liberdade de criticar”
O “Apple Daily”, diário de oposição da Região Administrativa Especial de Hong Kong, publicou a sua última edição no dia 24 de Junho, após os seus activos terem sido congelados pelas autoridades chinesas, recordou o jornal “Monde”, em editorial.
De acordo com o jornal francês, o “Apple Daily”, lançado em 1995, conseguiu misturar dois géneros jornalísticos, focando-se tanto na vida das celebridades de Hong Kong, como na cobertura das medidas controversas do partido comunista chinês.
Defendia, acima de tudo, segundo o “Monde”, a “liberdade de criticar”.
Conforme escreve o mesmo diário, o “Apple Daily” foi criado por Jimmy Lai, que decidiu tornar-se empresário dos “media” após o massacre da Praça Tiananmen em 1989.
Preso em Agosto de 2020, Lai está a cumprir 20 meses de pena de prisão, e aguarda julgamento por “ataques à segurança nacional”.
Todo o seu legado foi, entratanto, destruído ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, um documento imposto pela China e que visa punir quatro crimes -- subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
Além disso, a Lei de Segurança Nacional anula muitos dos direitos estabelecidos no sistema judicial de Hong Kong, acordado aquando da transferência de soberania por parte do Reino Unido.
Junho 21
Neste contexto, o “Monde” realça que a liberdade de imprensa “foi esmagada” em Hong Kong e que “a brutalidade desta política, assumida abertamente em Pequim”, retirou credibilidade aos alegados “esforços pacíficos” da China.
