O ponto de partida é que, como reflecte Miguel Ossorio Vega em Media-tics, “tudo o que podia correr mal, correu mal”. Agora, mesmo que o ritmo da queda das receitas recolhidas pelos meios impressos esteja a abrandar, ela vai continuar  - o que aumenta a pressão sobre os custos, levando os editores a mudanças de estratégia e de estrutura. 

Um dos efeitos, segundo James Hewes, é a “consolidação” entre marcas, que significa a morte de uns títulos para que outros tenham espaço. 

Segundo conta, começou em Janeiro de 2017, quando a Hubert Burda anunciou a compra da Immediate Media, e agora “está sempre a acontecer”: 

“Todas as semanas há uma nova aquisição. E vai continuar. O abrandamento na indústria, que temos vindo a experimentar nestes últimos 20 anos, conduziu a um abalo de expulsão” [shake-out, no original]. (...) 

“Em quase todos os mercados do mundo existem sectores editoriais independentes e prósperos, frequentemente centrados no papel, que surgem das brechas deixadas pela morte de títulos mais antigos”  -  acrescenta James Hewes. 

A sobrevivência dos media dependerá sempre da sua capacidade de gerarem receitas, e a aposta já não é tanto na publicidade como nos conteúdos pagos. 

“O que os editores esqueceram é que sempre foram bons a vender assinaturas”, tendo agora pensado, por alguma razão desconhecida, que não podiam fazê-lo na era digital. (...) 

Outro ponto necessário é tratar com inteligência as estratégias multi-plataforma: 

“O erro de muitos editores foi o de criar um conjunto de conteúdos e distribuí-lo por todas as plataformas. Mas isto não funciona, porque cada plataforma vem com o seu próprio conjunto de requisitos únicos, e os conteúdos devem ser criados dentro desse espaço.” (...) 

Outro problema ainda foi o de desvalorizar o talento em proveito de soluções de baixo custo: 

“O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, especialmente para os jovens com talento digital”  - diz Hewes. “Se queres que a tua empresa tenha êxito, tens de criar a cultura correcta e empregar o melhor talento.” (...)

 

Mais informação em Media-tics  e no site da FIPP - Fédération Internationale de la Presse Périodique (título original em francês)