… e as perspectivas contraditórias para os Media em 2019

O ponto de partida é que, como reflecte Miguel Ossorio Vega em Media-tics, “tudo o que podia correr mal, correu mal”. Agora, mesmo que o ritmo da queda das receitas recolhidas pelos meios impressos esteja a abrandar, ela vai continuar - o que aumenta a pressão sobre os custos, levando os editores a mudanças de estratégia e de estrutura.
Um dos efeitos, segundo James Hewes, é a “consolidação” entre marcas, que significa a morte de uns títulos para que outros tenham espaço.
Segundo conta, começou em Janeiro de 2017, quando a Hubert Burda anunciou a compra da Immediate Media, e agora “está sempre a acontecer”:
“Todas as semanas há uma nova aquisição. E vai continuar. O abrandamento na indústria, que temos vindo a experimentar nestes últimos 20 anos, conduziu a um abalo de expulsão” [shake-out, no original]. (...)
“Em quase todos os mercados do mundo existem sectores editoriais independentes e prósperos, frequentemente centrados no papel, que surgem das brechas deixadas pela morte de títulos mais antigos” - acrescenta James Hewes.
A sobrevivência dos media dependerá sempre da sua capacidade de gerarem receitas, e a aposta já não é tanto na publicidade como nos conteúdos pagos.
“O que os editores esqueceram é que sempre foram bons a vender assinaturas”, tendo agora pensado, por alguma razão desconhecida, que não podiam fazê-lo na era digital. (...)
Outro ponto necessário é tratar com inteligência as estratégias multi-plataforma:
“O erro de muitos editores foi o de criar um conjunto de conteúdos e distribuí-lo por todas as plataformas. Mas isto não funciona, porque cada plataforma vem com o seu próprio conjunto de requisitos únicos, e os conteúdos devem ser criados dentro desse espaço.” (...)
Outro problema ainda foi o de desvalorizar o talento em proveito de soluções de baixo custo:
“O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, especialmente para os jovens com talento digital” - diz Hewes. “Se queres que a tua empresa tenha êxito, tens de criar a cultura correcta e empregar o melhor talento.” (...)
Mais informação em Media-tics e no site da FIPP - Fédération Internationale de la Presse Périodique (título original em francês)