Entrevistado pela APM, Juanma Trueba reconhece que, na fase actual da indústria dos media, em que os despedimentos não acabam, “parece que, se não avanças acompanhado por um grupo com muita ‘massa’ por detrás, não vais a lado nenhum; nós acreditámos que era possível fazê-lo, e fizémos mesmo”. 

A experiência está a ser “muito interessante e enriquecedora” porque, embora se perca “a segurança das grandes empresas”, ganha-se a possíbilidade de escolher “os melhores companheiros, o sítio mais agradável e o tipo de conteúdo que mais nos realiza”. 

É aqui que entra a referência ao entretenimento. O director de A la Contra explica que “é uma coisa que já fazia nos EUA, uma página intitulada theringer.com”. 

“Ainda que a ideia possa surpreender os leitores mais tradicionais, Trueba acha que ‘há muita gente como nós: gostamos de futebol, e do desporto em geral, mas também das séries, do cinema ou da gastronomia’.” 

A equipa do jornal organiza ainda outras actividades, como micro-concertos, em que o artista convidado vai à redacção e interpreta ali algumas das suas canções. “A ideia é converter a redacção numa agradável sala de estar” aberta aos leitores, onde também se possa ver um jogo ou uma série.”

 

 

Também vai haver uma sub-secção, englobada no “Ócio”, chamada “Sexo”, pela mão da jornalista e autora de literatura erótica Sibila Freijo, que incluirá bandas desenhadas cómicas de Zorra Mala. 

Quanto à parte económica, Trueba espera que neste primeiro ano se cumpram as expectativas e se chegue a números que tornem o jornal sustentável. “Sempre acreditámos que seria sustentável se fosse uma estrutura ligeira.” Para já, A la Contra começa a dar os primeiros passos com o investimento económico dos fundadores e o apoio de algumas marcas. Espera que outras apareçam, bem como anunciantes, de uma publicidade “que não é dirigida a muitos milhões, mas sim a uma audiência que se ajusta muito bem ao produto que queremos vender”. Para além da publicidade, informa que a ideia é de abrir o investimento aos leitores, e “quem queira subscrever acções, pode fazê-lo”. 

 

O texto e entrevista, na íntegra, no site da APM, e o jornal A la Contra