Segue uma síntese desses princípios:

  1. -  Em primeiro lugar, proteja as suas fontes.  De modo geral, é aceite que o compromisso do jornalista, no sentido de proteger o anonimato de fontes confidenciais, só pode ser quebrado em circunstâncias excepcionais (por exemplo, quando se verifica que isso é fundamental para evitar a iminente perda de uma vida humana).
  2. -  Formas seguras para o “primeiro contacto”.  Ajude os potenciais informadores divulgando formas pelas quais possa ser contactado, usando canais anónimos e encriptados, e previna dos riscos associados a cada um deles.
  3. -  Informe sobre as consequências da publicação. Trate o informador com dignidade e respeito, como alguém que corre um risco grave ao confiar-lhe os seus segredos e a sua identidade, ao revelar informação de interesse público.
  4. -  Foque a atenção neste interesse público e não na sua visão sobre as atitudes ou opiniões da fonte contactada.  É importante avaliar a motivação do informador  - se há intenção maliciosa, ou inexactidões intencionais.
  5. -  Assuma a responsabilidade da defesa digital, usando linguagem cifrada.  Não sendo, embora, uma garantia total de confidencialidade, é uma importante protecção de primeira linha.
  6. -  Identifique as ameaças mais importantes, tanto para si como para a sua fonte, e que passos são necessários para protecção de ambos.
  7. -  Explique ao seu informador os riscos da exposição digital.  Pense que podemos estar a regressar à época em que a segurança era obtida só por contactos face a face, passando a informação em envelopes, com encontros em parques públicos.
  8. -  Publique documentos originais e conjuntos de dados na sua totalidade, quando seja possível e seguro.
  9. Apague de modo seguro os dados trazidos da sua fonte, quando lhe seja solicitado. Tenha em conta que os documentos e respectivos metadados podem ser usados para identificar o informador.
  10. -  Há caixas de correio digitais que permitem um tráfego seguro para informadores de jornalistas. Pode ser a rede Tor, ou SecureDrop, ou a plataforma GlobalLeaks, usados por vários media e organizações da sociedade civil.
  11. -  Conheça as várias normas de legislação nacional e internacional para proteger fontes confidenciais, baseadas no direito do público a ser informado.
  12. -  Verifique se a sua empresa jornalística tem uma estratégia responsável de segurança de dados, para jornalistas, as suas fontes e os materiais armazenados. Se é um jornalista independente, contacte o seu sindicato ou uma ONG nesta área (por exemplo, Blueprint for Free Speech ou The Signals Network).

 

O artigo aqui citado, em Red Ética.  Mais informação no NiemanLab.  Os “Princípios de Perugia”, em PDF.