Digitalização acelerada dos “media” aumentou consumo de notícias
Com a pandemia, os cidadãos passaram a demonstrar um interesse crescente pelo consumo de notícias, de forma a informarem-se sobre o vírus e sobre as directrizes governamentais.
Este cenário veio acelerar a digitalização dos “media”, que começaram a investir em reportagens multiplataforma e a exigir cada vez mais dos seus colaboradores.
Segundo notou Carlos Castilho, num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria, este panorama tem resultado num novo fenómeno, apelidado de individualismo colectivo ou em rede.
De acordo com o autor, este cenário cria uma dicotomia, que obriga os jornalistas a conciliarem dois extremos.
Se, por um lado, a viabilização financeira de projetos multimédia impõe uma socialização dos sistemas de produção jornalística, obriga, por outro lado, os profissionais a arcar, individualmente, com os custos sociais da sua actividade.
Tudo isto é acentuado pelo “esvaziamento” das redacções, já que a maioria dos jornalistas desempenha, agora, as suas funções em regime de teletrabalho.
Segundo apontou Castilho, isto levanta algumas questões preocupantes, que passam pelas novas formas de remuneração, novas regras para direitos de autor, exigência permanente de aferição de credibilidade, trabalho colaborativo, interacção com o público e produção multimédia.
Abril 21
Contudo, é importante ressalvar que a maioria dos colaboradores dos "media" ainda actua segundo os princípios tradicionais do jornalismo, perante audiências, que procuram ter acesso a uma oferta cada vez mais diversa e tecnológica.
Assim, o tempo de adaptação à nova realidade foi, significativamente, reduzido.
A tudo isto soma-se o dilema entre observar e/ou agir perante a actuação do governo.
No caso brasileiro, a tradicional postura de imparcialidade e isenção está a ser atropelada pela realidade pandémica, que já levou alguns “media” a criticarem, directamente, o governo
Em situações normais, recordou Castilho, a dicotomia entre posições políticas e as normas jornalísticas passa despercebida na dinâmica frenética das redações.
Mas, concluiu o autor, “ quando um vírus gera um caos social, a diferença salta aos olhos de todos os profissionais do jornalismo, alimentando muitas incertezas”.
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