Desinformação nos EUA “exportada” para outros países

A organização sem fins lucrativos First Draft, focada em ajudar os cidadãos a combater a desinformação e a manipulação de dados, realizou uma pesquisa para descobrir as principais fontes de “fake news” em contexto eleitoral. A investigação concentrou-se nas eleições para o governo federal australiano, em 22 de Maio, cuja campanha eleitoral durou seis semanas, e concluiu que as estratégias de desinformação utilizadas durante este processo haviam sido "importadas" dos Estados Unidos. Isto é: muitas das ferramentas de “fake news” identificadas já haviam sido utilizadas na campanhas presidenciais norte-americanas de 2020. Ou seja, tanto nos Estados Unidos como na Austrália, as campanhas de desinformação destinaram-se a descredibilizar os candidatos, a confundir os eleitores, a prejudicar a infraestrutura eleitoral, e a minar a confiança dos cidadãos no processo democrático. Além disso, os cidadãos foram desencorajados a votar à distância, por conspiradores que alegaram que este processo estaria sujeito a fraude ou manipulação. Registou-se, também, a circulação de diversas “teorias da conspiração”. A título de exemplo, uma das teorias mais disseminadas alegava que os líderes australianos tinham uma ligação próxima a um “governo global”. Conforme explicou o “Guardian”, este “governo global” é dominado por “elites” que, alegadamente, controlam vários aspectos da vida em sociedade e que estão a estabelecer aquilo que deve ser feito para a recuperação económica do pós-pandemia.