Desinformação e queda das fontes de receita ameaçam o jornalismo
“Andamos há anos à procura da fórmula que garanta a sobrevivência de um jornal, impresso ou digital” - afirma a autora. “E pelo que vemos das experiências vividas nos meios dos EUA, parece que a mais bem sucedida é a de cobrar ao utente para lhe oferecer conteúdos. A sua tradução mais imediata é a implementação das assinaturas.” (...)
Tendo citado o exemplo de The New York Times, em que estas já garantem dois terços das suas receitas, Victoria Prego lembra que não é evidente que em todos os lados se possa apostar em exclusivo por esta fórmula, porque os utentes, “lamentavelmente habituados a receber informação completamente gratuita”, podem não estar dispostos a pagar agora.
“Neste ponto é irrecusável a necessidade de fidelizar o ‘cliente’, oferecendo-lhe produtos - notícias, análises, artigos de opinião, uma exclusividade - que o levem a sentir-se parte de uma comunidade de interesses a que valha a pena pertencer.”
“Na Espanha, onde a maioria dos media se afoga economicamente a pouco e pouco, há alguns exemplos de êxito entre os diários digitais de informação geral, mas o problema está longe de ficar resolvido.” (...)
Sobre a desinformação intencional, a autora cita o caso recente ocorrido com a Cambridge Analytica, que levou o fundador e director executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, a ser chamado a contas perante uma comissão do Senado dos EUA e, posteriormente, perante o Parlamento Europeu.
Zuckerberg repetiu até à exaustão as suas desculpas pelo abuso dos dados dos utentes do Facebook e pelo uso fraudulento da informação que circula nas suas redes, “dirigida a grupos previamente seleccionados, que podem tornar-se susceptíveis de ser empurrados em determinada direcção”.
“Muitos I’m sorry, mas nenhuma explicação sobre como se permite que sucedam estas manipulações, nem ainda que vai o Facebook fazer para impedir que se repitam tais casos.” (...)
A solução proposta é a de “fomentar entre os cidadãos uma atitude céptica perante o bombardeamento de imagens, notícias e dados que lhe chegam constantemente aos terminais”. E introduzir nos programas educativos “uma formação para a destreza na detecção de falsidades”. (...)
O artigo citado, na íntegra, em Cuadernos de Periodistas