Depois do coronavírus o jornalismo terá de reinventar-se
O sector mediático está a atravessar uma crise sem precedentes, devido à pandemia do novo coronavírus. Os jornais deixaram de poder contar com as receitas publicitárias, a circulação em papel coheceu uma queda abrupta, e as subscrições “online”, embora estejam em crescimento, não são suficientes para garantir o funcionamento dos títulos e os salários dos seus colaboradores.
Assim, os “media” estão a começar a alterar os seus modelos de negócio e é possível que, em breve, adoptem medida nunca vistos no sector antes da imprensa, de acordo com um artigo do jornalista Miguel Ormaetxea, publicado no “site” Mediatics, .
Segundo dados da JP Morgan, o coronavírus irá destruir 15% da economia mundial, que deverá ser reconfigurada, quase integralmente, para que se adapte àquela que será a realidade pós-pandemia. Para Ormaetxea, uma recessão de tais dimensões significará uma “desmercadorização” da sociedade, que dependerá, cada vez mais, da economia circular e dos laços de solidariedade comunitária.
Dito isto, os “media” serão, certamente, um dos sectores mais afectados, até porque, segundo o autor, é expectável que a indústria publicitária se torne obsoleta.
Março 20
Para sobreviverem à realidade idealizada pelo autor, os jornais deverão associar-se a causas ambientais. Se as agências publicitárias não adoptarem as mesmas ideologias “lúcidas e responsáveis”, o negócio do “marketing” deixará de ser relevante para a imprensa.
A linha editorial dos jornais e as fontes de receita não deverão, porém, ser os únicos factores a sofrer alterações. É, também, possível que muitas redacções adiram, permanentemente, ao modelo de teletrabalho. Para Ormaetxea isto significa que o jornalismo estreitará, ainda mais, os “laços” com a tecnologia digital.
Segundo o autor, é inevitável que os profissionais se tornem verdadeiros especialistas em realidade virtual, em programação e em tecnologias de “blockchain”. Será como começar uma indústria do “zero”.
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