Nesta 15ª edição do Informe Anual de la Professión Periodística, que foi apresentado pelo seu director, o jornalista Luis Palacio Llanos, Victoria Prego chama a atenção para outra contradição: num tempo em que “os media pedem cada vez menos jornalistas e mais outros perfis e especialidades”, as Escolas de Jornalismo de Espanha continuam a lançar no mercado milhares de candidatos. 

“Basta dizer que, do curso findo, de 2016-2017, saíram quase 3.500 formados em Jornalismo e 2.800 em Técnicas Audiovsuais. Se tivermos em conta que o número de jornalistas que estão contratados pelos principais meios de comunicação do país ronda os cerca de 10.000, é fácil concluir que, à razão de 3.000 + 2.000 recém-licenciados por ano, em números redondos, a maior parte destes jovens não vai poder encontrar trabalho num meio de comunicação e terá de o procurar noutro sector. Quem lhes disser outra coisa está a mentir.” (...) 

A parte principal do estudo, intitulada “A Profissão”, é baseada num inquérito realizado junto de jornalistas de toda a Espanha, ao qual responderam 1.694 profissionais. A sua repartição por sexos é equitativa e “representa uma base quantitativa suficiente para conhecer a situação do conjunto da profissão, por um lado, mas também para a descrição da situação da mulher no jornalismo em Espanha”, que este ano justifica um capítulo próprio  - La mujer en el periodismo

Outro capítulo especial, também inaugurado nesta edição, é sobre El periodismo antes de los 30

O presente relatório recolhe igualmente a opinião dos cidadãos espanhóis sobre os jornalistas e os meios de comunicação, a partir da Encuesta de Impacto del Periodismo, promovida pela APM, e divulga dados do SEPE – Servicio Público de Empleo Estatal

O desemprego no jornalismo tem vindo a baixar nos últimos anos, mas a precariedade tem aumentado. 

“Entre os dados positivos, verifica-se mais uma descida, a quinta consecutiva, do desemprego registado no sector do jornalismo, que baixa dos 7.000 profissionais, situando-se agora nos 6.828 desempregados, número que representa os desempregados registados tendo o jornalismo como primeira opção nos serviços públicos de emprego. Apesar de se tratar de um dado positivo, este número é superior em 50% aos 4.546 desempregados registados antes da crise que começou em 2008.” (...) 

A má retribuição do trabalho fica no segundo lugar das preocupações dos jornalistas. A este respeito, Luis Palacio informou que cerca de 30% dos contratados e 50% dos independentes recebem menos de 1.500 euros por mês. 

“O terceiro e quarto lugar dos principais problemas profissionais, segundo a impressão dos jornalistas, são a falta de independência política e económica dos media, com 19%, e a falta de rigor e neutralidade no exercício profissional, com 15%.” (...) 

Este relatório inclui um inquérito realizado junto de 1.000 cidadãos, sobre o impacto do jornalismo na sociedade. Segundo os dados obtidos, a televisão continua a ser a principal fonte de informação social, em termos gerais, “embora seja de assinalar que, em certas faixas de idade dos mais jovens o peso das redes sociais, pelas quais se partilham notícias concretas, já é superior”. (...) 

Quanto à confiança depositada nos diversos meios, o primeiro lugar cabe aos programas informativos de rádio, seguidos pelos de televisão. (...)

 

Mais informação na APM  e o Informe de la Professión Periodística, em PDF