Crise pandémica no Brasil questiona ética no jornalismo
Com a pandemia, o jornalismo voltou a assumir-se como serviço público, ao informar os cidadãos sobre novas infecções, possíveis tratamentos e vacinas contra o vírus, recordou Kalianny Bezerra num texto publicado, originalmente, na revista “objETHOS” e reproduzido no “Observatório da Imprensa", associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Contudo -- sublinhou a autora -- alguns jornais brasileiros provaram-se indignos da confiança dos leitores, já que partilharam mensagens publicitárias, da Associação Médicos pela Vida, que podem ser prejudiciais à saúde dos cidadãos.
A campanha publicitária em causa -- intitulada “ Manifesto pela Vida” -- defendia e incentivava a adopção de um “cocktail” de medicamentos para o tratamento precoce contra a doença.
No entanto, não existem provas científicas que comprovem a eficácia de tratamento precoce contra a Covid-19, nem organizações que recomendem esta prática.
Desta forma, em plena crise de saúde, algumas publicações históricas -- como a “Folha de S. Paulo” -- deram prioridade às receitas publicitárias, em detrimento do interesse público.
Esta controvérsia foi, mais tarde, debatida pelos jornalistas dos títulos em causa, que defenderam a importância do combate à desinformação.
Assim, tornou-se claro que, em muitos casos, as equipas comerciais não estão em contacto directo com as equipas editoriais, o que pode criar conflitos éticos.
Março 21
Além disso, a autora considera que, nestes casos, as marcas dos jornais não se encontram em conformidade com a missão jornalística, mas com a criação de lucros.
Com isto, a autora considera que os especialistas de “media” devem recordar as empresas jornalísticas de que o serviço público deve estar no topo das prioridades de qualquer órgão de comunicação, mesmo em períodos de crise.
E que, além disso, o jornalismo de qualidade e confiança será sempre recompensado pela lealdade dos leitores.
Leia o artigo original em "Observatório da Imprensa"
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