Crise nos meios tradicionais recomenda ao leitor que seja parte do jornal
A autora deste texto, Emily Goligoski, que aqui citamos da Global Investigative Journalism Network, apresenta do seguinte modo as referidas três lições:
- – Os programas de “membrasia” [membership, no original] encontram-se num estado de evolução rápida, com exemplos diferentes. Alguns jornais investem neles como uma parte crescente da sua receita total, que até aqui assentava pesadamente na publicidade (casos do Gimlet, El Diario, The Guardian). Outros, como The Ferret, na Escócia, ou The Bristol Cable, na Inglaterra, procuram na “membrasia” o meio principal de apoio à sua reportagem, com algumas abordagens muito interactivas.
- – Os constrangimentos de recursos internos podem atrasar a mudança. Num site de uma só pessoa, por exemplo, o programa exige demasiado esforço e tempo. Mesmo assim, Taegan Goddard, fundador do Political Wire, faz esse esforço e considera este “o modelo mais honeste que se pode ter” - o que é um ponto de vista notável, numa era de declínio da confiança no jornalismo. Mas nas redacções maiores faltam por vezes estruturas de incentivo para que os jornalistas procurem um “contacto eficaz com os membros da sua audiência”.
- – O “contrato social” implícito a este programa nem sempre é devidamente acautelado pelos media, incluindo os preços e os pedidos de participação. “Tratar estas componentes como um assunto para pensar depois não é o modo de adquirir e manter membros a longo prazo”.
No resto do seu artigo, Emily Goligoski menciona vários casos interessantes da sua experiência com jornais envolvidos no Membership Puzzle Project, incluindo coisas que correm bem, outras menos e conselhos úteis.
O seu artigo na íntegra, no GIJN, e mais informação noutro local deste site, sobre o jornal holandês De Correspondent, considerado pioneiro nesta abordagem de relação com os leitores