Para o autor, “a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é, na realidade, uma batalha pelo futuro da Internet”:

“O idealismo da Net dos anos 90 está a sumir pelo escoadouro da história. Há uma competição implacável pelo poder e a China tem os melhores trunfos. O gigante asiático tem um plano B para uma nova Internet. Empresas como a Huawei, Tencent, Alibaba e ByteDance, entre outras, já estão a criar aplicações, serviços e experiências mais inovadoras do que as melhores empresas dos EUA.”

“É evidente que a Huawei vai desenvolver o seu próprio sistema operativo e acabará por substituir a versão norte-americana, pela qual a Google, Apple e Facebook têm governado o mundo. Além disso, a Huawei vai governar o mundo 5G, o que significa, basicamente, como se houvesse uma fusão entre a Apple e a Cisco.”  (...) 

Enquanto isto se passa, Apple, Facebook ou Google “estão mais focados em procurar fórmulas de jardim vedado e encriptado para a Internet”  - segundo Miguel Ormaetxea. 

Também a Rússia procura “criar o seu próprio muro digital para a Internet e aprovou recentemente dois projectos-lei com medidas técnicas e legais para isolar a Internet russa”. E outros países, como a Coreia do Norte e o Irão, querem inventar algo parecido. 

Mas o tema é demasiado complicado porque  - como conclui o mesmo autor -  “se fechamos as torneiras, dentro e fora do país, por onde viaja a informação, corremos o alto risco de ficarmos separados da economia mundial”.

E “crescem os países que se sentem atraídos por uma Internet vigilante e autoritária”:

“Israel em primeiro lugar”  - afirma Ormaetxea -  mas também Singapura, o Brasil, a Ucrânia e a Índia estão a caminhar na direcção de um foco mais soberano e fechado da informação.”

 

O artigo aqui citado, na íntegra em Media-tics