Cortes ao orçamento da BBC geram movimento de repúdio
Perante o anúncio da abolição da taxa de TV no Reino Unido, várias figuras públicas saíram em defesa do actual modelo de financiamento da BBC, acusando o governo de aplicar uma tentativa de vingança contra aquela emissora.
Foi o caso de Gary Lineker, apresentador do programa “Match of the Day” que, através da rede social Twitter, alertou que o fim da taxa de TV poderá representar o desaparecimento do operador público britânico.
“[ A BBC] deveria ser tratada como um dos mais preciosos tesouros nacionais”, disse Lineker. “Nunca deveria ser assumida como algo que varia consoante as vontades daqueles que estão no governo”.
Da mesma forma, Armando Iannucci, criador da série de comédia “The Thick of It”, criticou as propostas governamentais para o futuro do operador público.
“Se acham que o vosso governo poderá recuperar o apoio do público através de ameaças à BBC, significa que estão a subestimar o nível de admiração que as audiências têm pela emissora”, disse.
Além disso, alguns leitores do “Guardian” enviaram cartas de apoio à BBC, afirmando que o fim da taxa de TV irá representar uma ameaça para a diversidade informativa, prejudicando, consequentemente, a democracia britânica.
“A metodologia conservadora de optar pela privatização de grandes instituições irá levar à redução de determinados serviços essenciais”, disse Richard Carter, consumidor do “Guardian”.
Já Colin Barlow, outro dos leitores daquele diário britânico, afirmou: “Para muitas pessoas, a BBC é tão importante como o serviço nacional de saúde. É uma fonte de honestidade e integridade. Esta acção do governo terá consequências para os próprios políticos”.
Janeiro 22
Recorde-se que, recentemente, a secretária da Cultura, Nadine Dorries, anunciou que a BBC terá de proceder, novamente, a cortes no seu orçamento, agora que o governo britânico estabeleceu que o operador público deixará de receber financiamento durante dois anos, e que a taxa de TV será abolida até 2027.
Perante as novas reduções, é provável que o operador público britânico diminua a sua aposta na produção de conteúdos de ficção, bem como na cobertura de eventos desportivos.
Leia as cartas dos leitores no “site” do “Guardian”
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